quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Aqui não se passa nada, nadinha, nada de coisa nenhuma...




Hoje vou contar uma história minha, até porque alguém uma vez me disse que eu era uma excelente contadora de histórias. Mentiu-me claro. Não sou, mas juro que me esforço como em tudo o que faço na vida. E como toda a gente sabe as verdadeiras histórias de sempre começam com...

Era uma vez,
...

uma rapariga que acreditava em pessoas, sobretudo em boas pessoas e de bem, incapazes de tomarem atitudes feiosas pelas costas, sem atitudes menos dignas, gestos de raiva, e coragem nas palavras para falarem cara a cara tudo o que devem sem magoar voluntariamente. Não gostava de gente que economizava nas palavras porque ela mesma não guardava nada do que achava que devia dizer, não calava o que a incomodava e sempre educadamente e de forma civilizada deitava cá para fora tudo o que lhe ia lá dentro. Por bem, e a bem. Talvez por isso, esperava também isso dos outros. Nem sempre acontecia, e aqui e ali ainda havia quem pontualmente a conseguia surpreender, felizmente muito mais pela positiva do que pela negativa, mas de vez em quando pela negativa também.

Não guardava mágoas nunca, nem coisas mal resolvidas, guardava pessoas, gente e não gentinha que em algum lugar e em algum momento tinham mexido consigo e tinham entrado na sua vida porque ela assim quis. De braços abertos como só assim era capaz de estar, sempre com um enorme sorriso e com mão direita na porta de casa ligeiramente entreaberta a convidar a entrar. Capaz de tudo dar. Capaz do melhor de si.

Depois havia ao longe os outros. Num lugar distante arrumados no lugar dos quase esquecidos e nadinha importantes os que a magoaram e lhe trouxeram o desconforto do amargo de boca. Também não guardava com ela as decepções. Essas varria-as como aquilo que são para debaixo do tapete, compunha a casa, e esquecia-se que estavam por lá até ter forças para aspirar tudo de uma vez por todas e fazer uma limpeza geral. 

Hoje começou as ultimas limpezas grandes de Outono, estão quase feitas e brevemente o que foi, quem já foi, será apenas um grão de pó. Do que restava da amizade sobrará a proporção certa de nadadecoisanenhuma na sua vida.

10 comentários:

  1. Nada melhor que grandes limpezas. Fica o que deve ficar, e ponto.
    Gosto fica, não gosto vai.
    Indiferente é que não:)

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    1. conta corrente: Ando a arrumar a casa da vida. Com calma isto vai mas tem sido um processo demasiado doloroso.

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  2. How fun.
    How exciting.
    How crazy.
    (I love it.)

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  3. És uma excelente contadora de histórias :). Beijinhos no coração AC

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    1. Pitada de Limão: Dizem que sim. A primeira pessoa que mo disse foi um amigo meu. Eu sinto que faço só o melhor que posso.

      Beijinhos menina Limão.

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  4. Subscrevo inteiramente...

    A precisar de fazer essa limpeza...

    Beijinhosss

    Bom fim semana

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    1. luisa: Posso demorar, pode doer-me horrores mas se é preciso fazer faço e pronto. Mas dói...tanto.

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Diz aí nada ou coisa nenhuma.