terça-feira, 28 de junho de 2016

Ideias espectaculares...


Ahhhhhhhh!!!!

Quando vi esta foto não consegui parar de rir.

Sou duplamente fã deste estilo...



T shirts brancas. Calças de ganga. Barba de 2 dias. Visual clean.
 A somar a isto tudo - atitude. Simplicidade, descontracção e um espectacular sorriso.

Adorooooooooooooo.)))

The DNA journey


Este video faz abrir mentes e reformatar ideias pré concebidas. Somos todos seres de um mundo em evolução sem histórias encerradas para nenhum povo e sem fronteiras estanques. 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Brinquedos...



A infância continua. Os brinquedos é que mudam
Tenho um brinquedo novo para brincar.

O fim de semana passado...




Cascatas de Vila de Rei - Uma delas... são várias.
Foto ranhosa tirada com o meu telemóvel.



Cascatas de Vila de Rei. 

Rochas a pique, subida a pulso agarrada a cabos de aço suspensos nas rochas até à zona da nascente da cascata. Uma paisagem de cortar a respiração. Uma altura muito acima das copas das árvores. Percurso de dificuldade 4 numa escala de 1 a 5. Um calor de morrer, sol a escaldar na pele, um calor enorme na cara do esforço, o coração a bater a 160. Julguei que morria. Não foi pêra doce. Fez-me repensar que enquanto o Verão durar não há trilhos de dia com o calor que faz. Dou-me muito mal com o calor, aliás detesto calor exagerado, sou hipotensa e tenho quase sempre a tensão em valores muito baixos, com muito calor fico mais para lá do que para cá. E já estava mais para lá. A sorte foi ter levado 4,5 litros de água, distribuídos por 3 garrafas de litro e meio (um peso brutal na mochila a somar a muitas outras coisas) e ter bebido em 3 horas as três garrafas de água pois corria o sério risco de desidratação. Quando cheguei cá abaixo já sem água a primeira coisa que fiz foi bater à porta de uma quintinha que por ali havia, e pedir para me darem água. Uma velhota simpática lá nos deu água e um duche de mangueira a todos. Foi super. Há gente muito boa por esse Portugal fora. Com o coração de tamanho inversamente proporcional à quantidade de dentes. Algum do pessoal já de rastos foi para estrada para pedir boleia para regressar à vila e não fazer os mais de 5 Km que restavam, eu e mais 10 ficámos. Não sou de desistir.

Mais uma vez cheguei inteira. Fui e vim. E o que importa é chegar.

De alma cheia...



O dinheiro vale o que vale. E vale sobretudo pelos pequenos prazeres que compra. Pode comprar uma viagem, um bom jantar, uma entrada num espectáculo, aquele fim de semana junto à barragem que andámos a sonhar, as férias no lugar onde nunca estivemos. Trabalho precisamente para isso, para encher os bolsos com as moedinhas que depois vou a correr gastar no que me dá verdadeiramente prazer. Não ligo a bens materiais, não ligo a marcas, vivo apenas com o que considero essencial e cómodo para viver. Não me falta nada mas não encho a vida de objectos inúteis. E depois de falar com amigos que conseguem viver bem e felizes com muito menos percebo afinal que gastamos parte da vida a comprar merdas que depois passam de moda, passado um tempo são lixo e não servem absolutamente para nada. Há que carregar menos peso e viajar pela vida cada vez mais leve. A sociedade e a publicidade impõem-nos regras, ditam-nos ordens de consumo, criam necessidades que afinal não são assim tão essenciais. Aprendi com o tempo a distinguir o que é essencial do que é descartável, inútil e acessório. É usar o dinheiro, gozá-lo, e jamais deixar que ele nos use. Esse é o segredo.

sábado, 25 de junho de 2016

Acrónimos...


TAP, TEP, TIP... TOP!

Em contexto de urgência todos os processos médicos estão informatizados e tudo é minuciosamente descrito e relatado no processo do doente. Como tal é preciso escrever muito ao computador, muito texto, e passar muitos minutos para cada doente a teclar. Temos uma linguagem própria decifrável pela classe e entendida em meio hospitalar. Assim para além dos acrónimos já sobejamente conhecidos, avc para acidente vascular cerebral, ou vv - via verde para avc, ou mav´s - malformações arterio-venosas, há ainda os tc s/ pc  - traumatismo craniano sem perda de conhecimento, os tep - trombo embolismo pulmonar, os tips - derivação transjugular intra hepática porto sistémica, e muitos mais. Tudo é reduzido a sua forma mais simples. Siglas apenas. Há que falar rápido, escrever rápido e simplificar.

Hoje recebemos uma doente e quando a colega de outro hospital nos está a passar a história clínica da doente, começa por afirmar: 
- Atenção, esta doente é TAP. Bipem a Cirurgia.
Pergunta uma aluna de internato de imediato.
- Veio na TAP? É de um acidente de aviação? Vão vir mais sinistrados?
- Não! É um tap - traumatismo toraco abdominal e pélvico.
-É tap, é tep, é tip...  tudo isto é TOP... preciso arranjar um dicionário!

desmanchámo-nos todas a rir.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

No fio da navalha...



Ontem um amigo enviou-me uma sms com a pergunta da praxe e a afirmação óbvia, as duas já minhas conhecidas de outros carnavais. Estás no hospital? Preciso de ti. Liguei-lhe de imediato para tentar perceber o que se passava e dar uma ajuda dentro do possível. Um amigo dele tinha tido um acidente grave, tinha entrado na urgência trazido pelo INEM e ele queria saber o estado do amigo e os desenvolvimentos do caso. Disse-lhe a unidade onde estava o amigo, que já tinha sido intervencionado de urgência pela Vascular e pela Ortopedia em consequência de uma fractura exposta, que aparentemente estava bem e estável, mas que prognósticos era como no futebol, só no fim do jogo, e muita coisa ainda podia acontecer. Rematei que se quisesse dar um salto e ver o amigo conseguia levá-lo lá para lhe dar um olá rápido visto que ele estava consciente e eu estava de serviço o dia todo, por isso bastava dar-me um toque e aparecer.

Apareceu mesmo, mas quando apareceu eu tinha acabado uma Reanimação. Foi um dia complicado. Um dia daqueles que meteu passarolas que caíram dos céus, gente em muito mau estado, mais gente ainda à minha volta, importante. Cenas e coisas. Estava envolta em trabalho, numa sala cheia de gente, socas sujas de sangue, rabo de cavalo despenteado, farripas de cabelo na testa, cabelo ensopado em suor, fato de circulação manchado de qualquer coisa que prefiro omitir porque não tenho interesse em que vomitem enquanto me lêem, e rodeada de colegas em igual estado de desalinho e mau aspecto. Não é sempre mas às vezes acontece.

Aproximei-me dele sem trocar o beijinho habitual de cumprimento e disse-lhe: Não te encostes a mim, tenho que ir mudar de farda. Olhou para mim de cima a baixo como que a tirar-me as medidas, deu dois passos atrás com aquela sua maneira de menino beto giro e bem comportado por detrás do fatinho impecável acompanhado da gravata, franziu o nariz enojado e disse com um ar muito sério e compenetrado: Quando apareceste nem te conhecia, nem pareces tu, não te imaginava fardada assim, não te imagino com esse cabelo bonito sem ser solto e arranjado, e rematou olhando-me para os pés - nem te imaginava sequer com esses horríveis crocs. Essa coisa é horrível.

Desatei a rir. Pois... imaginas aquilo que não existe disse-lhe meia envergonhada pelo meu aspecto. Espera aí, volto já. Enquanto fui trocar de fato circulação, compor o cabelo, e dar um jeito à cara a ver se ficava mais compostinha e cheirosa entrou na Emergência um sinistrado coberto de lama e sangue. À porta da sala de Trauma a mulher dele com uma barrigona enorme de grávida chorava desalmadamente pelo marido que tinha tido um acidente de mota. A minha colega "Cabriolet"- a alcunha Cabriolet tem mesmo a ver com o facto dela adorar andar descapotável, arejadinha, tentava sentá-la numa cadeira e acalmá-la. No chão a maca dos bombeiros tinha deixado um rasto de folhas, ramos, bocados de relva, estilhaços de vidro e pedaços do que outrora parece ter sido roupa. Ouviam-se os gritos dele dentro da sala. O cenário não era bonito de se ver. 

Quando regressei junto dele ouvi algo inesperado. Dez minutos aqui e deu para perceber a tua realidade, só agora entendo a tua forma de vida, a maneira como achas que tudo se esgota num dia, a tua incapacidade para pensar a longo prazo e equacionar o futuro, o teu riso fácil, a tua superficialidade constante, alguma insanidade, confesso que era incapaz de fazer o que tu fazes, isto é uma realidade demasiado dura, feia e mal cheirosa. Aqui a vida desenrola-se no fio da navalha. 

Não falei. Apenas sorri, dei-lhe o braço. 
Vamos lá ver o teu amigo, anda.

terça-feira, 21 de junho de 2016

A importância das cores dos carros que passam...




Conto até cem e, se não chegares antes dos cem, vou-me embora. Não chegaste antes dos cem. Conto de cem a um e, se não chegares antes do um, vou-me embora. Não chegaste antes do um. Conto dez automóveis pretos e, se não chegares antes dos dez automóveis pretos, vou-me embora. Não chegaste antes dos dez automóveis pretos. Nem antes dos quinze táxis vazios. Nem antes dos sete homens carecas. Nem antes das nove mulheres loiras. Nem antes das quatro ambulâncias. Nem sequer antes dos três corcundas e, entretanto, começou a chover.
- António Lobo Antunes

Hoje não chove. Acabou de começar o Verão e a meteorologia prevê subida de 6 graus, tempo seco e um sol de derreter corpos. Derretia nos teus braços se chegasses. Beijava-te o corpo todo sem te tocar, agora mesmo. Devagar. A saborear-te. Beijo-te sempre primeiro com as memórias e só depois com o olhar. Desejo-te muito antes de chegares, numa suave antecipação do teu cheiro e do nosso prazer. Vou começar por contar carros, primeiro os cinzentos cor de panela que são os que há mais por aí, a seguir os pretos executivo, e quando estiver cansada, brancos, já que a moda recente é o branco frigorífico. Nunca pensei que o pormenor das cores dos carros que passam ganhasse no momento tanta importância.

Há quem veja navios. 
Eu vou esperar por ti a contar carros.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Regressada...







Regressada de lá, de onde o céu é mais azul e o rio de um azul turquesa fabuloso que apetece olhar e olhar sem nunca parar. Fiz finalmente o Caminho del Rey depois de quase um ano a engendrar conseguir lá ir. Foi desta. Adorei a paisagem, admirei a coragem dos homens que antes de mim por ali andaram, deixei-me maravilhar pela engenharia da estrutura, respirei natureza a cada passo dado. E a altura meu Deus, que sensação ver as rochas e as árvores como pontos pequeninos desenhados pelo chão.  Quero voltar. Quero levar lá os meus amigos e quem amo. Um dia, talvez. Regressei cansada mas mais rica de boas histórias de vida para contar e recordações de bons momentos. Valeu a pena.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

AC, que vais fazer neste fds?











Vou estar fora de Portugal. A falar espanholês, a comer presunto a pingar azeite, a beber canhas geladas, a morder umas tapas e a ver uns chicos guapos. Ou ao contrário já nem sei... baralhei-me. E vou andar pendurada a muitos metros do chão, lá bem no alto, sob arribas e entre calhaus e passadiços de madeira debaixo de um sol intenso, presa a cordas e com um capacete de trolha na tola. A brincar de faz de conta à jornada dura dos operários de manutenção e vigilância da Sociedade Hidroeléctrica del Chorro, feita tontinha. Espero divertir-me.

Mas para além disso tudo...

Vou estar com amigos, vou ver as mais belas paisagens do mundo, vou fazer o trilho mais arrojado que já existiu e que agora foi recuperado e oferece condições de segurança - sim porque eu sou doida mas não sou completamente maluca há que estabelecer as diferenças. E  sobretudo vou realizar mais um sonho que há muito estava escrito na minha wishlist.

Vou ali concretizá-lo e volto já.
Espero trazer boas fotos.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

There is no place like home...







Há um aviso à minha porta, na porta do meu coração: Quem não dança conforme o ritmo da casa, não perca tempo a tocar à campainha.

Maria Bethânia

Não há outro lugar no mundo onde me sinta tão bem como em minha casa. E se eu adoro viajar, partir e chegar. Não há cama de hotel por muito boa que seja que substitua a minha cama; costumo até dizer na brincadeira que para dormir bem é em casa. Uma casa não são só quatro paredes decoradas com quadros e bibelots e caralhetes a enfeitar, nem mobílias dispostas a fazer o nosso mundo funcionar. Uma casa não é um museu para turista ver, é um lugar bom para se viver. É o local escolhido por nós para ser o nosso mundo, o nosso refúgio, o sitio onde fechar a porta signifique paz, protecção, bem estar. Adoro a minha casa, adoro a simplicidade das coisas simples, sem demasiados objectos a encherem a minha vida. Sem acessórios que não sejam essenciais. Dou primazia a locais e a pessoas. Escolhi-a numa relação de amor à primeira vista pela luminosidade, pelo espaço, pela vista incrível de um alto oitavo andar.

Casa minha, sempre. Casa tua, às vezes. Casa dos amigos sempre que quiserem entrar. 
Casa lugar onde morar.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Incêndio...




O mundo é isso, revelou, um monte de gente, um mar de foguinhos. Não existem dois fogos iguais. Existem fogos grandes e fogos pequenos, e fogos de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que não fica sabendo do vento, e existe gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas. Alguns fogos, fogos bobos, não iluminam nem queimam. Mas outros, outros ardem a vida com tanta vontade que não se pode olhá-los sem pestanejar, e quem se aproxima  incendeia-se. 

Eduardo Galeano 

Nem fagulhas nem fogo fátuo. Um brutal incêndio.
Incendeio-te.

domingo, 5 de junho de 2016

Um dia de vida...






Vale de Ceira na Serra da Lousã.


Acordar às 5 da manhã sem vontade de sair da cama, suspirar por mais 30 minutos de sono, ou mais. Fazer um esforço gigante para por os pés no chão e despachar-me rápido para apanhar o autocarro que me levaria na companhia dos meus amigos à Serra da Lousã. Cumprir horário com a mesma pontualidade de sempre. Britânica. Aguentar 3 horas de viagem de curvas e contracurvas serra acima. Enjoar e desejar por uma pausa, ar puro e o fim daquele suplício. Fazer o trekking do Vale do Ceira, e do Talasnal e ficar deslumbrada com os locais, o verde, o ruído da água a correr da serra, as quedas de água, as praias fluviais, as represas, a vegetação. Quase pisar uma cobra, quase escorregar por uma ravina, quase enfiar o pé numa levada. Quase. Cansaço, calor excessivo, odiar subidas, dores musculares nas pernas, sede. Sentir uma sede descomunal. Fazer 18 km por trilhos incríveis, ficar com a sensação que consigo chegar onde muito pouca gente chega, lugares inacessíveis e belos. Admirar cada vez mais um país que é o meu e que tem uma variedade e diversidade de paisagens dificilmente encontradas noutros lugares do mundo. Regressar a casa cansada mas grata por tudo o que vivi e com uma sensação única de bem estar, profundamente agradecida à vida pelo que me tem proporcionado. Deitar-me. Fechar os olhos e ainda ter tempo para pensar no próximo fim de semana grande, na próxima viagem e no que muito brevemente vou viver. Adormecer a sorrir, feliz.
.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Simbiose...


Amanhã vai ser por aqui. Serra da Lousã. Alvorada às 5 da manhã. Até rima e tudo. Yesssss.


entre mim e natureza. vida fora de portas pintada a verde rio e verde folhas. azul céu. muitas e diferentes tonalidades de castanhos. terra, montanhas, troncos, rochas. silêncio. paz. pausa. comunhão. tempo de qualidade comigo e só para mim. para me descobrir e encontrar. tempo de mim.

Às vezes o amor...








temos historias um e outro que ninguém terá na vida inteira.
temos uma historia sexual brutal porque além do sexo entre nós dois ser brutal, nos entendermos maravilhosamente.
temos uma historia de vida brutal, quase sem uma vida a dois.

e isso é muito. 

adoro estar contigo, adoro falar ctg, rir ctg, partilhar momentos, o sexo ctg é brutal. adoro-te, mesmo. apesar de tu pensares que não.

...

às vezes aquela coisa complexa e indefinível a que chamam amor mistura-se nos dias, nos gestos, nas próprias palavras, invade até o sexo e permanece com vontade em querer ficar. Inexplicavelmente.

De malas aviadas para o caminho...



Gosto de sorrisos. 
Todos os povos sorriem na mesma língua.

Provérbio Indiano


Quase a ir. Ainda falta uma semana mas já fui e já vim umas quantas vezes.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Dias a fio. Noites de merda.




Tive uma noite de merda. De merda mesmo! Trabalhei sempre sob um stress danado; há festas e festinhas e arraiais por Lisboa (arraiais de porrada ao que consta também) e acabei o turno numa ambulância medicalizada aos solavancos pelas ruas esburacadas de Lisboa, em desequilíbrio constante, agoniada pelas curvas e pela trepidação, capaz de vomitar em cima do doente e do médico que me acompanhavam, ou melhor... que eu acompanhava.

Para rir só mesmo os nossos diálogos, el doctor, era de nacionalidade cubana falava-me em espanhol, eu falava-lhe em português, e ele respondia-me num sorriso simpático: Non te entiendo, ao que eu repetia o que tinha dito num portunhol possível, um espanhol macarrónico mas julgo eu que "entendível". Perceptível só mesmo a minha cor cada vez mais amarela, num lindo tom matizado entre o castanho diarreia e o castanho esverdeado bosta de vaca tudo misturado com os vómitos que já não conseguia controlar.

Seguimos todo o caminho aos arremessos na ambulância, encontrões nas prateleiras, nos armários, e com direito a aterrar no colo dele - que ía sentadinho - uma vez. E claro... aos arremessos na língua. Ele falava-me em "caderas" "espalda" e eu não via cadeiras, e muito menos cadeiras de espaldar se é que essa merda ainda existe. Falava-me em rodillas, e eu olhava para as rodas da maca de transporte com cara de parva, "borra tudo", ai borro borro, daqui a pouco vomito-te nas perninhas que é um mimo. Caraças, porque é que não aprendi espanhol, tinha-me dado jeito. Caderas é bacia, rodillas é joelhos... pois ... borrar é apagar, desfazer.... não percebia patavina... népia e já não me encontrava em condições de raciocinar.

Cada vez me sentia pior, queria mudar as seringas no injector e já não via nada, sentia a velocidade debaixo dos pés, os objectos a deslocarem-se à minha volta, e o raio do destino que nunca mais chegava. Esta merda não anda mais rápido? El doctor hablava, hablava....mas eu desliguei...non te entiendo.
Vou apagar.

Acabei por chegar ao hospital da área de residência do doente, sentada no chão da ambulância, branca como a cal, com a cabeça enfiada dentro de um saco plástico, com um soro com metoclopramida enfiado no braço, e com uma vontade de regressar a Lisboa, num jacto particular, e de preferência sentada numa poltrona vip. Bastava-me um banho, uma cama quente, e os braços que sempre me abraçam.

Fiquei-me por um chá quente e um enorme abraço da minha colega Judy.