quinta-feira, 31 de março de 2016

É QUASE sexta-feira Yeah, trabalhei a semana inteira....


Fraga de S. Simão.

O fim de semana para mim começa mais cedo. Estou de mochila às costas e tenda preparada para passar o fim de semana no Zêzere. Levo na bagagem força para a descida do rio, o desejo de aventura que faz parte de mim, e aquela vontade tonta de contar estrelas e perseguir sonhos. Aquilo que no fundo sou. A vontade que tenho em viver a vida, agarrar cada oportunidade e ser feliz. À tiracolo perfilam-se os amigos que nunca me deixam para trás, esses para quem amizade é afinal muito mais que quatro silabas. Constroem-se represas de emoções numa produção segura de novas memórias. A vida segue o seu curso.

terça-feira, 29 de março de 2016

Promete-me que continuas a sorrir...




Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito.
Um é o dia de ontem e outro é o dia de amanhã,
portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer....
e principalmente viver!

Dalai Lama


Aqui não se fala de nada em especial e de coisa nenhuma com importância em particular. Aqui também não se escreve com arte ou poesia, não se aborda assuntos muito eruditos ou sérios mas brinca-se com o dia a dia, aclara-se os dias cinzentos, pinta-se com as cores do arco-íris a monotonia da vida e deseja-se fazer mais e se possível melhor. Por aqui mora gente que ri com vontade, ama intensamente, gosta de ter amigos, diverte-se com coisas simples, e sofre quando a magoam. A mesma palerma cheia de sonhos que continua a acreditar que é possível ser feliz. Sempre à espera de ser feliz.

Por aqui existe um ser, que gosta de silêncios mas abomina solidão, que gosta de sinceridade mas detesta crueldade, que se irrita com pieguices mas que se comove com a dor dos outros. Sou contradição, confundo-me a mim mesma, baralho-me nas escolhas. 
Perco-me nos caminhos. Acordo todos os dias para acreditar que o melhor ainda está para vir. Cheia de energia e força. Com o maior sorriso do mundo. O meu. Caminho sem bagagem. Guardo comigo só o que já não é possível apagar. E a promessa que fiz um dia, há mil anos atrás. Promete-me que continuas a sorrir. 

Prometo sim. Hoje e sempre.

Nunca...





... até que um dia
já não terá sentido o amanhã.

Aqui é assim.
Sabem como se diz "nunca" na gíria do campo?
Morgen Früh, amanhã de manhã.

Se isto é um Homem - Primo Levi


O nunca e o sempre são as palavras mais mentirosas do dicionário. O nunca é sempre relativo, e o sempre nunca é para sempre. 

segunda-feira, 28 de março de 2016

Febre de Sábado à noite...

Não conseguiria por muito que quisesse descrever a paisagem com que fomos brindados. Ao fundo a cidade acontecia, milhões de pontos de luz e vida num espectáculo de brilho e cor só para nós.

Live, travel, adventure, bless, and don't be sorry
Jack Kerouac



Sempre dei valor ao que considerei de valor. Os meus singulares valores. A cumplicidade é apenas um deles. Hoje dou-lhe mais valor ainda. Entendo muito melhor o que é amizade, união, partilha, camaradagem, força. Valorizo mais as pequenas coisas e a simplicidade do que é belo, e desisti de querer mais do que consigo - sofrer com isso - e viver em luta constante, desassossego, insatisfação e derrota. Não sou especial em nada, não tenho nenhuma capacidade sobrenatural, não inventei nada, não sou sequer sobredotada ou muito inteligente, não sou linda nem perfeita, mas vivo feliz com o que sou, aonde cheguei, com o que tenho, com quem permanece do meu lado, e com o que dia após dia retiro da vida numa bebedeira divertida sem fim.

Perdemo-nos naquilo que amamos. E é lá também que nos devemos encontrar.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Desenhar em Abstracto a vida...




Alguém disse um dia que as histórias só acontecem àqueles que são capazes de as contar. Do mesmo modo, talvez, as experiências só se apresentem àqueles capazes de as viverem.

Paul Auster, in A Trilogia de Nova Iorque

Riscos e rabiscos. Rasuras. Escrever a vida de um rasgo. Intensamente. De um fôlego. Tão feliz e inspirada. Tentar a letra mais bonita, o arabesco mais perfeito, as palavras ordenadas na linha certa como carneirinhos perfilados num rebanho. Só as bem escritas e as correctas. Ensaiar vezes sem conta. Exigir a perfeição e acabar por borrar a escrita. Manchar de tinta a cara, e afogar o desenho em lágrimas. 

São só palavras...




Pelas palavras converso, desconverso, amo, vivo o sexo, zango-me, brinco, conto histórias. Gosto da magia das palavras, do acto de dizer, o que expõe e dá a conhecer. De palavras que abrem a porta ao interior do meu eu, ou das que estão lá mas precisam ser lidas nas entrelinhas e escondem o que não digo. Nunca deixo nada por dizer. É uma característica muito minha. Seja para o melhor ou para o pior, não guardo um verdadeiro e sentido "fizeste-me tão feliz" ou um doloroso "magoaste-me com esse silêncio" Nas palavras encontro a forma correcta para amar e para magoar. Com elas atiro setas e disparo balas, ou aproximo, aconchego, sussurro e sopro segredos inconfessáveis e muito meus. Quando quero. Quando sinto que posso confiar o que é muito raro. Não sou uma mãos largas de palavras. Com o blá, blá, blá das palavras falo com as amigas, conto peripécias, desvendo a alma em partilha. E tão bem que sei como sabem bem as conversas sobre nada ou tudo com amigas. 

Zango-me e perco-me outra vez nas palavras. Digo o que queria e o que não queria, tanto do que sinto e o que não sinto, magoo, e quase no final, quase sempre perco a razão. No arremesso de pedras sinto que ganhei, no arremesso de palavras é óbvio que fico a perder. Falo depressa, sem pausas, num impulso, peito às balas, sem medo de nada. Rio-me de mim própria, de tantas palavras mal usadas, de frases inteiras de disparates ditos de rajada. Rio de mim, do meu ar perdido num turbilhão de coisas que por muito que me esforce não consigo entender. Palavras que perderam pelo caminho o significado, todo e qualquer sentido, vazias, e são apenas e só palavras. Faltam-me as palavras. Não consigo dizer o que queria. Falo chinês, turco, só pode. 

Palavras leva-as o vento, digo-as todas de uma vez, esgoto-me entre a importância que lhes dou, e o sentido que ninguém lhes dá. Não me faço entender.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Murros no estômago com apenas palavras...



"Esta será a nossa vida. Todos os dias, conforme o ritmo estabelecido, sair e voltar, trabalhar, dormir e comer, adoecer, curar-se ou morrer.
... Até quando? Mas os velhos riem-se desta pergunta; por esta pergunta reconhecem-se os recém chegados. Riem-se e não respondem; para eles, desde há meses, desde há anos, o problema do futuro longínquo esmoreceu, perdeu qualquer intensidade, diante dos problemas bem mais pungentes e concretos do futuro próximo: quanto haverá para comer hoje, se irá nevar, se haverá carvão para descarregar. Se fôssemos capazes de raciocinar, deveríamos resignar-nos a esta evidência, de que o nosso destino é perfeitamente impossível de conhecer, de que qualquer conjectura é arbitrária e perfeitamente carente de qualquer fundamento real. Mas os homens só muito raramente são capazes de raciocinar, quando o que está em jogo é o seu próprio destino, preferem em todos os casos as posições extremas; por isso, conforme os seus caracteres, entre nós uns convenceram-se imediatamente de que tudo está perdido, que aqui não é possível viver e que o fim é inevitável e próximo; outros convenceram-se de que, apesar da extrema dureza da vida que nos espera, a salvação é provável e não está longe e, se tivermos fé e força, voltaremos a ver as nossas casas e as pessoas amadas. As duas classes, dos pessimistas e dos optimistas, não são porém distintas: não porque os agnósticos sejam muitos, mas porque a maioria, sem memória nem coerência, oscila entre as duas posições limites, conforme o interlocutor e o momento.

Toquei o fundo. A apagar o passado e o futuro aprende-se muito rapidamente, se a necessidade empurra. Passados quinze dias da chegada, já sofro da fome regulamentar, a fome crónica desconhecida dos homens livres, que provoca sonhos de noite e se espalha em todos os membros dos nossos corpos; já aprendi a não me deixar roubar, pelo contrário se encontro algures uma colher, um cordel, um botão que possa apanhar sem perigo de punição, ponho-os no bolso e passo a considerá-los meus de pleno direito. Já apareceram, na sola dos meus pés, as chagas que não saram. Empurro vagões, trabalho com a pá, canso-me à chuva, tremo ao vento; até o meu próprio corpo já não me pertence: tenho o ventre inchado e os membros emagrecidos, o rosto inchado de manhã e encovado à noite; alguns entre nós têm a pele amarela, outros cinzenta; quando ficamos sem nos ver por três ou quatro dias, temos dificuldade em reconhecer-nos."

Se Isto É Um Homem - Primo Levi.

E não são precisas mais palavras. 

segunda-feira, 21 de março de 2016

Proibido a elefantes...




Tinha de tentar. Tinha de tentar mais uma vez. A última antes de desistir. Senti que devia tentar antes de abandonar o que era importante para mim. Tentei com a mesma fúria e determinação de sempre. O que sou. Mais uma vez. E?

À minha frente uma savana imensa onde pastam pachorrentos e calmos paquidermes. Alheios às moscas, ao calor e aos predadores. De somenos preocupados com a extensão árida de terra e a escassez de água. Que importa isso?


"Descobri que sou tal qual o elefante, 
uma parte de mim aprende, 
a outra ignora o que a outra parte aprendeu, 
e tanto mais vai ignorando quanto mais tempo vai vivendo."


A Viagem do Elefante - José Saramago



Não apago os momentos, recordações que me matraqueiam a cabeça em memórias de elefante. Acrescento o aviso à porta das memórias: Estritamente proibido a elefantes.

domingo, 20 de março de 2016

Oásis de banho quente, e uma noite de sono numa cama lavada...




São 4h e 30 da manhã, cansada, meio adormecida, sonolenta, embalada pela luminosidade  de uma tv ligada sem som, pelo assoprar do Pedrinho, e pelos ais profundos da Picolé que leva a vida a suspirar, deixo-me ir, devagar, sem nenhuma pressa, envolvida no meu livro "Se isto é um Homem", recordando lugares que visitei há semanas, cabeceando, e deixando aqui e ali que as pálpebras se fechem num cansaço acumulado que não tem fim, que já não domino e que deixo que me domine.

De repente o besouro, o som habitual, irritante, já nosso conhecido, que nos faz saltar da letargia, e acelerar o batimento cardíaco. O inconfundível aviso sonoro da sala de emergência. Dou um salto, procuro com os pézinhos em meias, em bicos dos pés, as socas arrumadas a um canto, e corro o mais que posso. Eu e todos. Ninguém fica estático, ninguém se esquece do seu lugar e da sua função e corremos apressados para salvar uma vida.

Paciente do sexo masculino, 37 anos, nacionalidade estrangeira, emigrante de leste, ferimento profundo no tórax por arma branca. Entrado em paragem cárdio respiratória, ventilação assistida, entubação oro-traqueal, e manipulação de ambu. O cenário é confuso. Muita gente, muito sangue. Os movimentos respiratórios forçados provocam sangramento em jacto, a equipa de anestesia e a equipa de cirurgia intervêm, uma ocupa-se dos sinais vitais do doente que não existem, a outra tenta estancar a hemorragia, pinçar a artéria e colocar uma drenagem torácica para expandir o pulmão e permitir a respiração assistida.

Não conseguimos. Após 4 unidades de sangue em curso, um esforço sobre humano para salvar uma vida, e 25 minutos de doente em paragem... o chefe de equipa grita: Fim!! Não se faz mais nada, não há mais hipótese, declaro o óbito. Cansada, suada, o corpo peganhento, as mãos com as articulações doridas, as pernas a fraquejarem, paro 5 segundos e sento-me a um canto da sala num banco de metal. 

A nossa volta o mesmo caos de sempre. O lixo atirado pelo chão, luvas, papeis, embalagens rasgadas, plásticos, sangue, pensos compressivos, ligaduras, gaze. Olho para baixo e vejo nas socas pingos de sangue, presa à sola  um enorme coagulo castanho de sangue oxidado, nas meias de riscas sobressaem redondas bolas vermelhas, nas calças da farda mais sangue que escorre pela perna direita. Sinto-me tão desconfortável, preciso urgentemente de um banho, de lavar o cheiro a hospital, de tirar de mim o cheiro ferroso do sangue. 

Por muitos anos de trabalho que tenha nunca me vou conseguir habituar a isto. Nunca. Sinto-me tão suja. Quero um banho e uma cama.

sábado, 19 de março de 2016

Ana Chaleira...


Fui baptizada assim há muito. As razões são óbvias. Fervilho de ideias, de projectos, e claro... fervo também em pouca água. Rapidamente passo do estado liquido - calmo, a gasoso em ebulição.
Regressei de férias e os planos são tantos, e as ideias a riscar da minha wish list tantas, que tenho uma agenda de planeamento de dias de folga e actividades. E não paro. E o tempo não me chega. E faltam-me dias e vida.

"Sempre chegamos ao sitio aonde nos esperam" - Viagem do elefante, José Saramago

Basta esperar e a vida encaixa-se como se cada momento fosse a peça de um puzzle. Basta esperar. Mas esperar confesso que não é o meu forte. É preciso dar tempo ao tempo. É preciso não parar de viver. O destino escreve direito por linhas tortas.

(...) a vida ri-se das previsões e põe palavras onde imaginámos silêncios, e súbitos regressos quando pensámos que não voltaríamos a encontrar-nos.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Coisas que eu desconhecia e que vos conto...


Varsóvia - Tram

Monumento ao soldado desconhecido - Varsóvia
A estrutura que alberga o túmulo do soldado desconhecido fazia parte de uma ponte e um edifício que existia na cidade. Varsóvia foi arrasada durante a guerra e resta apenas este pedaço.

Há grafittis de qualidade em muitos edifícios. Este é junto ao Museu Chopin
 E como dão cor à cidade.
Muralha do Gueto Judeu - Há 73 anos eram estes os limites.

Fiquei a saber...

Chopin era polaco. Chamava-se Fryderyk Franciszek Chopin e nasceu em Varsóvia. Esteve foi radicado em França e morreu por lá daí o desconhecimento em relação à sua nacionalidade. Existe em Varsóvia o Museu Chopin em homenagem ao músico.


Marie Curie a primeira mulher na história a receber um prémio Nobel e até hoje a única pessoa a ser duplamente premiada com dois prémios Nobel - o da Física em 1903 e da Química em 1911 - chamava-se Maria Salomea Skłodowska e era polaca, natural de Varsóvia. É possível visitar a casa - hoje transformada em Museu onde viveu e onde efectuou as primeiras experiências para descoberta e utilização da radiação x.

Primo Levi italiano, judeu, deportado para a Polónia foi prisioneiro em Auschwitz-Birkenau são de lá os relatos que retratam o melhor e o pior da natureza humana. Do que viveu nasceu o livro  intenso "Se isto é um homem". 

O polaco é uma língua extremamente difícil. Em dez dias consegui aprender algumas palavras, Apteka é farmácia, Ogrod significa jardim, wawel é colina, Taras é Terraço, Czekolada é Chocolate, Telefon é o obvio...Telefone.

Uma das particularidades é o preço dos comboios que ligam as várias cidades. Não têm um preço fixo, variam consoante a hora a que pretendemos viajar. Durante as horas de maior tráfego são muito mais caros e nas horas de menor intensidade são muito baratos. Assim para uma mesma viagem de Varsóvia para Cracóvia, o mesmo comboio às 9 da manhã custa 150 pln (zelotes) e às 5 e 45 da manhã apenas 49 pln. Três vezes menos!
Foi nesse que fui. ( esta dica é ouro )

Quanto à comida, desculpem lá dizer isto mas é horrível. Experimentei Goulasch - um guisado de carne e couve lombarda a nadar em molho de tomate picante, fiquei com azia a noite toda, no outro dia experimentei biggs uma carne num molho ácido em chucrute e salsichas. Também Non me gusta!  Até os pretzel são tão duros que atirados à cabeça de alguém faziam-lhe um traumatismo craniano, e as bolas de Berlim são muito diferentes das de cá, são recheadas com marmelada e doce e na mesma cobertas com açúcar por isso tornam-se demasiado enjoativas. 

terça-feira, 15 de março de 2016

Na volta do correio...



Meu querido coração,

sei que és responsável, nunca te deixas seduzir ou influenciar por dá cá aquele sorriso, nunca me traíste a confiança, e sabes muito bem perceber o que te faz falta e o que é descartável. Tens sido até hoje um alicerce e um poço de sabedoria.

Por isso vê se atinas, se ganhas juízo, e sobretudo se de uma ultima vez e quem sabe de uma vez por todas aprendes a lição. Olha com atenção à tua volta. Cada detalhe do que te rodeia. Abre os olhos, sente. Há mais água no oceano, há muito mais mar. 

Há mais homens também.

Com muito amor por ti,
assina

O teu querido cérebro.

Coisas que me ocorrem depois de uma visita à Polónia... Mais lugares.

Visita a Auschwitz, em polaco Oswiecim; e a Birkenau.


 O trabalho liberta... pois...

Perguntaram-me várias vezes porque tinha interesse em ir a um lugar tão pesado, com tanta carga negativa e onde milhares de pessoas foram mortas. Que interesse eu teria nisso...

Sentir o lugar, ver in loco um pedaço do que ali se viveu, é também dar graças por viver em paz e dar valor ao facto de até hoje nunca ter sabido o que é uma guerra. É visitar o passado para que no presente não me esqueça que aquilo foi possível - como não sei - como a humanidade assobiou para o lado e permitiu o que ali se passou, isso não consigo responder. Pensar também que o pior do ser humano vem ao de cima em condições de guerra e de sobrevivência extrema. Auschwitz não era só um campo de concentração e trabalhos forçados, era uma gigantesca industria da morte. Tudo era aproveitado desde os objectos pessoais, ao cabelo humano que servia para fazer têxteis, às próteses que eram fundidas em metal, ao ouro que era extraído de dentes humanos e por fim às cinzas dos fornos crematórios que eram embaladas em sacas e usadas como fertilizante nos campos.
Não tirei fotos aos despojos. São imagens chocantes. E nos fornos crematórios nem sequer permitiam fotos. ( o que acho bem )

Depois há o Block 11 ou Death Block supostamente o "hospital" onde eram experimentados todos os tipos de tortura e morte, não esquecer que Josef Mengele o doutor morte foi médico no campo e responsável por muitos "tratamentos" experimentais e inovadores, e a casa do Director do campo Rudolf Hoess que ali viveu com a mulher e os filhos, posteriormente foi capturado, julgado pelos crimes cometidos e trazido ao campo para ser enforcado em público. 


Visita às Minas de Sal...






Blá blá blá muita conversa, muita publicidade, mas sinceramente não achei nada de especial. A guia era uma treta, era despachar e bora lá andamento malta que isto aqui é grande e há que dar corda aos sapatos, não explicou grande coisa e também não há muito para explicar, e as esculturas de sal são na generalidade imagens de santos, cenas da vida de Cristo e da igreja. Muita parra para pouca uva. Vi e está visto. Não é superior em nada a nenhuma das nossas grutas e para quem lá vai não recomendo.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Coisas que me ocorrem depois de uma vista à Polónia...Lugares que contam histórias.

Varsóvia é uma cidade linda, totalmente reconstruída. Muitos edifícios modernos, arranha céus gigantes, construção em vidro e em altura, avenidas largas, uma excelente rede de transportes com Tram e Metro. E também muito vestígios da guerra e da ocupação, sinais da anterior destruição, campas e flores nas ruas, nos jardins, quase em cada esquina. Muitas igrejas... demasiadas... sinal da fé que os ajudou à sobrevivência. O símbolo da cidade é o monumento do palácio da cultura.

Palácio da cultura e da ciência - Varsóvia
Vestígio da ocupação soviética.

Cracóvia e uma cidade histórica, antiga, preservada, cheia de lugares que contam o passado. Foi pouco destruída pelos alemães porque manteve-se a capital durante a ocupação e a cidade onde se concentraram o maior numero de oficiais alemães que obviamente não queriam viver numa cidade destruída. É possível ver o que resta das muralhas do gueto, e a famosa farmácia que deu origem ao livro - A farmácia do gueto de Cracóvia, livro de memorias do farmacéutico Pankiewicz, o único não judeu no gueto e que assistia pelas janelas da farmácia a tudo o que por ali se vivia, a Praça da Deportação hoje denominada Praça dos heróis do gueto e as habitações de judeus que sobreviveram e se tornaram conhecidos; Helena Rubinstein, Max factor, Roman Polanski.


Praça da deportação, hoje denominada Praça dos Heróis do Gueto. As cadeiras que aparecem na imagem simbolizam os despojos deixados por cada uma das famílias no momento da deportação.
Foto local


A farmácia do Gueto ao fundo.

Bairro do Gueto
Lugar onde foi gravada uma das cenas da deportação de judeus no filme a Lista de Schindler. Destes varandins os alemães despejaram malas e atiraram objectos.



Coisas que me ocorrem depois de uma visita à Polónia...


À chegada a Lisboa, sobre Lisboa.


Comecemos pelo fim...

É bom partir, é bom viajar, é muito divertido descobrir, mas confesso que adoro chegar. Encontrar os meus lugares, as minhas pessoas, a minha casa que é o meu mundo e a minha fortaleza. Chegar ao aeroporto e sem contar, sem imaginar sequer, encontrar o grupo dos meus amigos à minha espera, aos gritos e aos pulos num arraial de gargalhadas e abraços fez desta chegada única. Juro que não contava. Esta foi uma surpresa incrível. 

Há algum tempo sussurrei à vida que gostava de surpresas. Surpresas boas quem não gosta? Que adorava ser verdadeiramente surpreendida com uma coisa boa e inesperada que me deixasse feliz, e até hoje nunca tinha sido. Acho que a vida me satisfez o desejo.

 Como sabe bem regressar.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Pause...


Em modo férias. Pausa da luta diária. Carrego baterias, alinho a direcção de vida. Foco-me no que mais gosto. Prazer em descobrir, conhecer, viajar. 
Levo comigo as minhas pessoas para os meus novos lugares. Sigo feliz.
Volto daqui a dez dias.

Até já.

Cold and hot...




Frio glaciar. Arrepios de frio. Tremores. 

Fria como o gelo

...

Mãos quentes. Palavras sopradas. Olhar a escaldar.

Aqueço. Derreto. Liquefaço-me.

Escorremos os dois.

terça-feira, 1 de março de 2016

Coisas simples de que tanto gosto...




Gosto do cheiro de terra molhada.
Gosto do cheiro da relva acabada de cortar.
Gosto de chuva.
Gosto de frio.
Gosto de sol.
Gosto de calor.
Gosto de todas as estações do ano e da variedade que me impõe.
Gosto de tardes a ver filmes ou séries..
Gosto da preguiça das manhãs em que posso acordar tarde.
Gosto de ler.
Gosto de cantar. assassinar músicas.
Gosto de ouvir música alto enquanto conduzo.
Gosto de conduzir.
Gosto de passear.
Gosto de viajar.
Gosto de caminhadas e trilhos.
Gosto de descobrir.
Gosto de mimos e carícias.
Gosto de elogios.
Gosto de tardes na esplanada à beira mar.
Gosto dos fins de dia.
Gosto de mar.
Gosto de vela.
Gosto de marisco.
Gosto da companhia de amigos.
Gosto de me rir às gargalhadas.
Gosto de concertos, teatro, cinema.
Gosto dos meus silêncios.
Gosto do meu espaço.
Gosto da minha liberdade.
Gosto de aventura.
Gosto de ser surpreendida.
Gosto de ser arrebatada.
Gosto de ser amada.
Gosto de ser provocada.
Gosto de sms de amor.
Gosto de fazer amor.
Gosto de preliminares.
Gosto de sexo intenso.
Gosto de poder escolher.
Gosto de VIVER.

Só para lembrar: no final deste filme a personagem principal morre!