quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Sempre a ir... imperdoável é desistir.




imperdoável é o que não vivi, 
imperdoável é o que esqueci,
imperdoável é desistir de lutar, 
imperdoável é não perdoar, 
imperdoável é o que abandonei,
 imperdoável é dispensar a razão, 
imperdoável é pisar quem está no chão,
 imperdoável é esquecer quem bem nos quer,
 imperdoável é não sobreviver...

Jorge Palma


                                       

Imperdoável é deixar de acreditar que amanhã será um dia fantástico, que as minhas lutas diárias vão ser bem sucedidas, que na luta desigual entre a vida e a morte ganha a mais bela e não a mais forte e que o que é justo vai sobrepor-se a toda e qualquer injustiça. Imperdoável é não pensar que a vida vai sempre ser capaz de surpreender-me com coisas boas, que quem desejo vai ficando sempre do meu lado, que quem preciso não vai desistir de mim, que vou ter sempre beijos que não se esgotam no acto de beijar, que cada dia vai ser único e inteiramente meu, que palavras amigas estão mesmo ali ao virar da esquina, que abraços fortes ficam sempre à distância máxima de um pedido, que os braços serão sempre capazes de longos abraços, que não vai haver gente maldosa e mal intencionada, que vai haver sempre quem me faça soltar uma gargalhada, quem me dê a mão quando mais preciso, quem me ouça quando eu só quero desabafar ou que no silêncio diga tudo o que preciso ouvir, quem fale com os olhos e veja com as mãos, quem seja de tal modo especial que me preencha os dias e as noites mesmo na ausência, quem me repita constantemente em voz sussurrada ao ouvido, tu não existes. Quem sinta a minha falta e me faça sentir a falta.



Imperdoável é deixar de acreditar nas pessoas, duvidar da sinceridade, ter raiva à distância, perder tempo com coisas insignificantes e desgastar-se em zangas e conflitos que não levam a lado nenhum. Imperdoável é perder a esperança no futuro, esquecer a magia que há no brilho da lua e ignorar o calor do sol. Imperdoável é olhar o mar e não sentir o sabor a sal nos salpicos da rebentação e o cheiro a maresia em cada onda. Imperdoável é desistir dos sonhos, das viagens que ainda estão por fazer, dos fins de semana que esperam por nós, das caminhadas a lugares onde ainda não fui. Imperdoável é deixar coisas por fazer com medo do que ainda não se sabe muito bem, não cumprir vontades por regras rígidas de outros, desistir de escolhas por futuros arrependimentos, pensar demais e viver de menos. Imperdoável é esquecer que somos mortais e que a vida tem a duração de um fósforo, que raramente nos oferece segundas oportunidades e que o que hoje nos agrada amanhã pode nos deixar infelizes. Imperdoável é perder a alma de criança, passar pela vida de forma responsável e demasiado séria. Imperdoável é baixar os braços, perder as forças e desistir de acreditar. Imperdoável é passar pela vida como se não se vivesse. Imperdoável é não viver e não ser feliz.

14 comentários:

  1. Imperdoável é não ler este texto. :)

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    1. Carla: És sempre generosa nas palavras e no coração. Obrigada por me fazeres sorrir.

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  2. AC, as tuas palavras, carregadas de motivação, ficariam ainda mais fortes escoltadas não só pelo "imperdoável", mas também pelo "A gente vai continuar" - do mesmo "malandro".

    Um abraço (assim sem mais)

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    1. Impontual: Adoro essa música e respectiva letra. A gente vai continuar enquanto houver estrada para andar... É nunca baixar os braços, nunca desistir e seguir em frente.

      Um abraço também...(obrigada pelo pequeno gesto) é uma honra ver-te por aqui.

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  3. 😊 " a vida é como um fósforo "
    Gostei.
    Dá vontade de pegar num e pegar fogo.
    Observar como arde rapido.
    E dar-te razão.

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    1. Paulo César Siga: Passa tudo tão rápido. A vida consome-se todos os dias e nós vamos desperdiçando vida.Pedaços de oportunidades.

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Diz aí nada ou coisa nenhuma.