quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Numa só palavra o resumo de um ano de vida...



Obrigada:))

Obrigada vida, obrigada colegas, obrigada amigos, obrigada família, obrigada meu amor. 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

E tu AC que pedes para 2016?


Vai um copo à vossa!

"Never get so busy making a living, that you forget to make a life.



Exactamente o que pedi para 2015, e em 2014. Uma só coisa apenas. Ser feliz. Ser imensamente e incomensuravelmente feliz, daqui até à lua, milhões de vezes o comprimento da Muralha da China, o dobro do número de estrelas no céu, incluindo as que ainda estão por descobrir.

É só isso que quero. Ser Feliz. Pode parecer pouco, algo inespecífico e sem objectivos ou sentido, mas engloba tudo o que defino como desejo de Ano Novo para mim. Que venha de lá o novo ano para eu encher com gargalhadas, amor, sexo à flor da pele, fins de dia, fins de semana, fugas para parte incerta, amigos, férias, neve, praia e mar, viagens, aventuras, trilhos, locais, as minhas pessoas. E também trabalho, equipa, boa camaradagem, mais gargalhadas por tudo e por nada, apoio, segredos só nossos, abraços que fazem sorrir.

Por isso vida brinda-me com um Ano Novo muito feliz.

Para todos vocês desejo o mesmo que para mim, que sejam felizes.

Feliz 2016

Mato-lhe já os sonhos ou deixo-a sonhar mais um bocado?




Chama-se Rute e é aluna de enfermagem. Minha aluna de estágio. Fora das horas de estágio ganha a vida como cozinheira de primeira, assim faz questão de designar que isto de ser cozinheira também tem graus e degraus. Até aqui nada de novo, admiro quem continua a estudar mesmo que a vida não lhe ofereça só facilidades e cursos pagos pelos papás de mão beijada para gente que anda por lá e por cá a fingir que estuda.

Ontem enquanto falávamos das mudanças que são esperadas e tão desejadas para 2016, (já não se fala de mais nada) reposição das 35 horas, do valor hora das horas inconvenientes, e dos feriados e turnos de fim de semana, ela disse-nos que entre subsídio de refeição, horas extras, e ordenado base tinha recebido mil e seiscentos euros líquidos. Calei-me caladinha mas tive mesmo para dizer à minha aluna que o mais sensato mesmo era continuar como cozinheira.

Ok tem o inconveniente de ficar cheirar a fritos e a refogados no fim do dia, e as mãos e as unhas andam sempre uma desgraça, mas não cheira vomitado nem merda a toda a hora, e não aspira secreções de ranho e cuspo...(esta foi a parte creepy da coisa) e claro a parte mais importante - não faz noites. E toda a gente sabe a bênção que é, e o bem que faz à pele a malta dormir todas as noitinhas na sua rica cama. E por outro lado se se enganar no molho picante ou salgar o assado, o cliente pode reclamar, estrebuchar que a cozinheira não presta e assim e assado... mas ninguém morre.

Mas depois achei que não. Não se deve matar os sonhos a ninguém.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Histórias de Natal II... a malta fala fala e não sabe bem o que diz.










Nós somos os bons, eles é que são os maus ok!!!! ( clique aqui para ler na integra)



"Mesmo assim, garante o especialista, "os médicos continuaram a trabalhar gratuitamente" mas "os profissionais de enfermagem e os técnicos de neuroradiologia, face à redução do preço do salário, deixaram de aceitar o preço que pagavam pela prevenção. 

David Duarte foi examinado por um médico que "tinha capacidade para o operar e só não operou porque não tinha condições, não tinha equipe," lembra Rui Vaz."

Rui Vaz - Neurocirurgião


wowwww! É Natal!


Pai Natal irá trazer... 
Brinquedinhos para nós 
Para a Zeca uma boneca, 
Para o Zico um apito, 
Uma bola para jogar, 
É o que quer o Baltazar.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Histórias de um Natal. O meu, passado a trabalhar...







Trabalhei no Natal. Tarde e noite de urgência. Foi uma noite calma sem grandes complicações tirando um grande queimado, uma senhora idosa que acendeu o "braseiro"- (Bacia de metal com carvão incandescente)junto a uma cadeira onde estava sentada, com o calor e a sonolência própria da idade avançada aliada à sensação de bem estar e conforto acabou por adormecer e cair para cima do braseiro e sofrer queimaduras de 3º grau na face, mãos, tronco. Recebêmo-la e depois foi acompanhada e encaminhada para a Unidade de Queimados. Mas não é disto que quero falar.


O segundo doente que recebi foi um grande Politraumatizado helitransportado de um Hospital da periferia da grande Lisboa com lesões várias, entre elas secção total de medula com perda de sensibilidade motora e ausência de resposta a estímulos, para ser estudado e observado pela especialidade de Vertebro-Medular em falta no tal hospital. Chama-se Eduardo. Tem 39 anos, divorciado, pai de um filho de 7. Consciente, orientado no espaço e no tempo, sem amnésia para o sucedido, com ausência de traumatismo craniano. Enquanto espera pela especialidade fico na Unidade de Trauma com ele e encetamos uma conversa. Tenho todo o tempo do mundo. Temos os dois. Eu não vou a lado nenhum e ele também não. Começamos a conversar como dois velhos amigos, daqueles de longa data cheios de peripécias e aventuras para contar.

Ele começa...


Estava de folga e toda a gente sabe que as folgas são para aproveitar. Rio-me e respondo um rápido - então não sei! Resolvi pegar no Parapente e rumar junto a Sesimbra às arribas da Serra da Arrábida. Faço-o porque gosto da liberdade das alturas, do prazer de voar, do silêncio dos céus, do contacto com a natureza e da adrenalina do perigo. Há muitos anos que o faço - desde os 23 conta. Fala-me da sua vida e eu oiço-o enternecida. Reconheço-me em determinadas escolhas, reconheço-me na vontade de viver e na quantidade de sonhos por realizar. Depois fala-me no acidente que sofreu. O vento mudou, fala-me numa aproximação de uma frente de ar, na mudança da pressão atmosférica, na sua incapacidade para corrigir o trajecto e na percepção imediata que teve que ia cair. E a sua vida a passar como num filme, e o arrependimento, e o chão ali já tão perto, e uma estrada já ali e umas árvores que lhe pareceram uma boa opção para reduzir o impacto e evitar a morte. Gosto muito de viver sabes?

Ia começar a falar mas calo-me. Oiço só. Não lhe posso dizer nada do que sei. Sei que nunca mais vai voltar a andar, sei que está tetraplégico (paraplegia dos 4 membros) sei que vai ficar limitado e dependente até ao fim dos seus dias e que provavelmente nunca mais voltará a voar. Mas porra como é que na véspera de Natal se atira de chofre a alguém um presente tão doloroso e brutal? Hoje é Natal. Adio. Faço o que sei melhor. Minto com vozinha suave, a mentira mais doce que encontrei  - a da esperança. Sabes o que te digo, acredito mesmo que vais ficar bom. E junto-lhe o meu melhor sorriso.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A todos um Bom Natal...



Desejo a todos um Natal cheio. Cheio de amigos, família, saúde, alegria, felicidade e bem estar. Cheio de bons momentos e cheio de compreensão. Cheio de magia, porque toda a gente sabe que é disso que é feito o Natal. Renas que puxam trenós, um Pai Natal que desce pela chaminé e põe os presentes no sapatinho, músicas alegres em repeat, estrelinhas que brilham no céu, adultos e crianças que sacodem caixas à procura do presente certo. Vou passar o meu Natal ( mais uma vez ) a trabalhar. A cuidar dos outros para que durante o ano inteiro a vida cuide de mim. É um pacto que tenho com a vida há muitos e longos anos, eu cumpro a minha parte ela cumpre a dela. E sei que vai fazê-lo. No meio de tudo o que me falta e que sei que nunca vou ter sinto-me uma privilegiada porque afinal o muito pouco é muito. E eu consigo transformar o quase nada em tanto, é esse o meu talento de vida. É esse o meu verdadeiro segredo. Conseguir sorrir quando estou triste e retirar de mim o que já quase não tenho. Aprendizagem de muitos anos alguns bem sofridos. Deixo-vos um beijo soprado ao ouvido. A todos os ( 5 ou 6 ) que ainda perdem tempo a passar por cá.

Vivam e vivam-se. E nunca se esqueçam de ser felizes é para isso mesmo que andamos cá.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Cinemateca de vida...




ele beijou-a muito. beijou-a intensamente. beijou-a com a boca. com os olhos. com as mãos. beijou-a demoradamente prolongando o beijo para lá do tempo. sem tempo. e depois o tempo inexplicavelmente parou. ela fechou os olhos. sorriu com o corpo e mais ainda no olhar. baixinho disse-lhe sou feliz. deixou-se beijar por dentro ávida daqueles beijos. 
passaram minutos, horas, dias. quando se apercebeu já eram anos. nunca mais abriu os olhos. nunca mais regressou. continua lá na mesma tela a saborear o beijo.

All i want for Christmas is you...


Mariah Carey - All I Want For Christmas Is You

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Coisas boas, maravilhosamente boas, genuinamente boas.





Ser chamada à coordenadora de urgência por causa da próxima escala mensal de trabalho. Segundo palavras dela - não é oficial ainda, mas é internamente oficioso - a partir de Janeiro vamos voltar às 35 horas semanais de trabalho. Ao que sempre foi. Parece uma dádiva pequena mas são menos 20 horas de trabalho  (pro bono),  menos um turno por semana, mais uma tarde livre ou uma manhã na cama, o que para mim faz muita diferença. Mais tempo de qualidade para efectivamente viver. E eu tão feliz que fiquei soltei um yupiiiiii gigante e desatei aos pulinhos feita tonta 

Sinto à minha volta o espírito do Natal. Acontece por aqui verdadeira magia. 
Ouvem os sinos a tocar?

Ó Cristo anda cá abaixo ver isto...




Percebemos que vamos ter um dia abençoado, quando o nosso primeiro doente no trauma se chama Cristo Alá Moisés. Tanta variedade na devoção é coisa para espantar qualquer um. Talvez um dia escreva um texto com os nomes mais incríveis que já se me atravessaram no caminho. Desde o Sr Fodimane Fode So, à nossa conhecida e assídua doente Ermelinda Rata Larguinha, ou à D. Elvira Sem Pernas. Eu sei lá a quantidade de gente com nomes inverosímeis que já apanhei.

Um Cristo Alá Moisés juro que foi o primeiro!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Pai Natalinho ouve lá com atenção...

Este ano mesmo tendo recebido o subsidio em suaves bochechos ao longo do ano e diluídos em impostos e sobretaxa resolvi que não deixava a crise e o derrotismo e a merda do fatalismo tão português tomar conta de mim. Sou mulher de sonhos, capaz de virar o mundo do avesso por um bom sonho de arrasar, então embora aí sonhar.

Pai Natalinho, fui uma menina linda, comi a sopa toda mesmo a de Acelgas que detesto, comi as ervilhas quase todas (algumas enxotei com o garfo para a borda do prato pronto, mas essas tu não viste), e até dei uma moedinha de euro a um arrumador de carros (para não me riscar o carrinho lindo, mas o que conta é a acção e não a intenção certo?). Não cuspi para o chão vez nenhuma, reciclei o lixo em prol do ambiente e até comecei a substituir algumas viagens de carro pelos transportes públicos. Fantástico não é? 

Não empurrei nenhuma velhinha este ano, não comi criancinhas ao pequeno almoço, nem tirei macacos do nariz em público. Juro! E muito menos os enrolei em bolinhas lindas, redondinhas e atirei para o ar como fazia antigamente, lembras-te?), mas não acredites só nestes progressos...

Tenho mais, e muito mais coisas grandiosas. Passei de 35 horas semanais para quarenta. Agora trabalho 20 horas por mês em trabalho voluntário numa generosa dádiva de horas que cedo à comunidade e que não me são pagas, (sou boa pessoa não sou?) Também ganhava 8.55 euros à hora e agora reduzi o meu valor hora para 7.25 euros (que dizes à minha generosidade? Surpreendi-te?) Trabalho mais e com muito mais responsabilidade, e ganho menos.(sou ainda mais boa, não sou?). Melhor não... mesmo muito mais melhor boa. Por tudo isto Pai Natalinho acho-me merecedora da tua generosidade.

4 coisas que quero muito. Só 4 coisitas pequenas, sem importância que não te quero maçar muito e tu deves ter gente com listas de presente infindáveis.

No top dos tops, a mesma prenda que peço há vários anos e que ainda não recebi... vê-lá se te chegas à frente este ano. Para o caso de te teres esquecido, ok és velhote e a tua cabeça já não é o que era, avivo-te a memória.

Uma viagem a Nova Iorque. Ainda não foi este ano que consegui ir, talvez para o próximo quem sabe. Sou persistente e continuo ano após ano a insistir no mesmo sonho. Um dia vai realizar-se, é preciso é insistir e não desistir. 




Regressar aos Alpes. À neve do meu prazer. Porque gosto de férias de inverno, porque adoro neve, porque esquiar é um vicio, uma emoção e uma paixão. Porque o grupo que me acompanha é fantástico, porque este sonho é sonhado todos os anos a dois, no silêncio da montanha em perfeita sintonia com os flocos de neve que caem lá fora. Porque me esqueço de tudo perante a grandiosidade da paisagem.  



A nossa esplanada, os nossos skis, as nossas pranchas. O nosso lugar.
Um blusão novo para a neve. Cor de rosa. Cor de sonhos.


Trilho na Serra de Gredos. Depois dos Picos da Europa falta-me este. Difícil de conquistar. Uma meta a ultrapassar por mim. Um objectivo pessoal a concretizar. Desafio de vida. Porque sim. Porque quero muito. Porque a vida é feita de desafios que se alcançam e substituem por outros.  A ver vamos se será possível realizar.



domingo, 13 de dezembro de 2015

Fim de fim de semana....foi por aqui.






 Rapta-me! Se nada disso funcionar, experimenta amar-me.


Martha Medeiros

Este fim de semana é nosso. Meu e teu. Uma mão cheia de nós servido num resort. Temperado com tantas gargalhadas quantas as que conseguir, cumplicidade total, muitas palavras ditas e "aquele" sexo. Acompanhado de fim de tarde no spa e noite de labaredas à lareira. A escaldar. Saboreado entre pedaços de pele e um copo de vinho verde gelado. Arrepiado de um frio intenso na espinha e muita pele de galinha. Desejo cozinhado em fogo lento e degustado em prato gourmet, sem pressas. Apresentado em cama de abraços. Várias camadas. Lambuzado de dedos e bocas. Não sujeito a disponibilidade ou a horários.

A ganhar vidas desde mil novecentos e troca o passo...





"Quem sou?
Eu sou para cada pessoa aquilo que ela acha que eu sou, mas o que para mim importa é o que eu estou à procura de ser... e isso eu ainda não sou."  
-Angela Delphim-

Faço anos amanhã. Portanto estou lá quase. Sou uma sagitário rebelde, impulsiva, aventureira, mulher de signo fogo e garras de tigre segundo reza o horóscopo chinês. Sou hoje uma mulher adulta, madura, responsável sem ser acomodada, com regras mas sem viver espartilhada por elas, cumpridora, tranquila, de gargalhada fácil, de bem comigo e com a vida, feliz. Desisti de maratonas, cansam-me, e confesso que me canso com facilidade, desinteresso-me. Gosto da minha forma de estar na vida. De dunas e terrenos acidentados. Todo-o-terreno é o meu forte, adoro os altos e baixos da condução, estradas acidentadas sem gps nem fio condutor, muito prazer e diversão pelo caminho e claro algumas quedas e saídas de pista.Tenho gostos variados e seduz-me a mudança e a diversidade, a aventura e a descoberta. Abomino rotina e gente chata, e conversas fiadas, e gente vazia, e/ou acomodada, e gajos teóricos e em geral todas as pessoas cinzentas e normalizadas como a fruta que não sabe a nada. Bicho e fruta saborosa combinam.


Quase a fazer anos, continuo à espera que a vida me vá proporcionando bons momentos e muita diversão durante a viagem. Sou feliz. Às vezes, durante, hoje, quase sempre. Adoro viver e não trocava o raio disto tudo por nadinha de outra coisa. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Dizem que é Natal. Pelo sim pelo não deixo aqui três desejos. Coisa pouca...



Partir, chegar. E voltar a partir. 

Sem destino. Uma e outra vez. Vezes sem conta. Para todos os lugares onde eu queira ir. Viajar, conhecer, descobrir, absorver, amar.

Em pequenita quando me perguntavam aonde eu queria ir? 
Eu respondia - Eu quero é ir!



Ter o meu mundo concentrado num sitio e móvel.

Quem cria raízes no chão são as árvores. O ser humano nasceu nómada, com o passar dos anos esquecemos isso. Eu gosto de aventura e descoberta.



Ter-te comigo

Por quanto tempo? Para sempre é capaz de ser muito tempo. Que tal mais umas semanas, mais uns meses, mais uns anos. Não vás. 
Shimmm?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

E se for para...



se for para entrar em guerra, prefiro de longe a de almofadas.
se for para pegar em armas, escolho as que desarmam nas palavras.
se for para fazer uma escolha, que seja a que me faz mais feliz.
se for para ter solidão, que seja durante o sono.
se for para mentir, que seja para não perder.

se for para perder, que seja a feijões.
se for para matar, que seja a saudade.
se for para morrer, que seja de tanto rir.
se for para partir, que seja unicamente a infelicidade dos dias.

se for para chorar, que seja de alegria.
se for para cair, que seja para o lado de cansaço depois do sexo.
se for para cobrar, que seja o desejo.
se for para deixar ir, só mesmo o medo.

se for em prol da amizade é maravilhoso.
se for em prol da solidariedade é generoso
se for em prol do amor é grandioso.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Das amigas loucas e felizes cá da Je...




Ontem num jantar com amigos

Eu - Deves achar que ele é a última bolacha do pacote. Deves Deves!
Rita - Não sei se ele é, ou vai ser a última bolacha do pacote. Mas é a bolacha cá no pacote. 
Mham Mham. Trinco-a toda!

Ahhhhh. Não consegui parar de rir...

Uma ajuda extra nunca fez mal a ninguém e uma boa gargalhada também não.


O verdadeiro espírito de Natal. 
Faz bem, não olhes a quem!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Parece que já é Natal outra vez!



Mudaria o Natal ou mudei eu?

Machado de Assis

perdi o gosto pelo natal. cansa-me a quadra. o ruído. os lugares apinhados. o trânsito caótico. os jantares de natal para ficar bem no retrato da empresa ou nas graças do patrão. abomino o consumo exagerado e as mesas fartas. odeio fritos. e listas de presentes. aborrece-me a obrigação de dar. irrita-me a obrigação de corpo presente como se estar ausente fosse crime e punível com a pena de morte.

gosto das decorações. gosto da iluminação das ruas. gosto das músicas de natal velhinhas que eu sei de cor. gosto da felicidade em dar e receber. gosto do frio.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Instantes... (II)


Cheryl Strayed


Há um mês que não ligo a Tv
Há um mês que não me sento no sofá da sala.

Tenho tido tanta coisa gira para fazer que não tenho tido tempo.

Instantes...(I)



Saudade tem cheiro. 
Desconfio que também tenha braços, porque aperta.

Michelle Trevisani


Em Outubro andei de baloiço. Há muitos anos que não o fazia. Souberam-me tão bem as gargalhadas embaladas em cada balanço, o vento na cara, as cocegas na barriga na descida abrupta e a tua cara de admiração enquanto agarravas na máquina e não paravas de me tirar fotos comigo sempre a rir.

-És uma miúda num corpo de mulher!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Instantes fotográficos do meu ano de 2015...




2015 tem sido um ano cheio. Cheio de experiências, cheio de aventuras, cheio de saúde. Cheio de vida. Iniciei o ano sozinha no Terreiro do Paço a ouvir Xutos e Pontapés e aos pulos, mais feliz que nunca. O que era para ser só um vou ali ver como aquilo está e já volto, acabou por durar muito para além do Concerto e do fogo de artificio. Será sem dúvida para repetir.

Conheci pessoas novas, inseri-me em dois grupos, diferentes de tudo o que já conhecia - onde fui bem aceite e já conto com alguns novos bons amigos. Iniciei-me no trekking e voltei depois de alguns anos ao ski, nesta actividade avancei um nível de aprendizagem. Visitei lugares desconhecidos, aventurei-me em lugares onde poucos estiveram e subi a sítios onde só o vento habita. Observei as estrelas, fiz yoga debaixo da lua, fui do Cabo da Roca à Baía de Cascais a pé, percorri as aldeias do Xisto, a Serra da Lousã e o Gerês por trilhos desconhecidos, desci o Tejo e fiz canoagem no Alqueva, vi o por do sol e o nascer do dia sempre que pude, parti e cheguei para onde muito bem quis e a vontade me deu. 

Realizei alguns sonhos a dois, com quem queria. Uma semana de férias nos Alpes, uma semana de férias nos Açores, fins de semana nos nossos locais secretos de frente para o meu mar. Segurámo-nos sempre por vontade própria, por vezes só com um dedo, no limite da queda vertical directamente para o abismo mas no último instante a outra mão encontrou sempre um motivo para ajudar. Emocionalmente estou numa fase em que precisava de mais do que o que tenho, mais tempo sobretudo, e mais. Mas mais é muito.

Passei também e pela primeira vez, dez dias de férias inteiramente sozinha. Sozinha na teoria porque na prática estive rodeada de gente fixe, e eu muito mais disponível para absorver tudo o que me rodeava. Foi uma absoluta estreia. Adorei e quero muito repetir. Acampei sozinha o que também foi uma experiência totalmente nova para mim. Fui a mais concertos e espectáculos ao vivo este ano do que no ano passado. Fui muito mais ao cinema e surpreendentemente já vou em dez livros lidos o que para quem deve todos os dias horas à cama é um estrondoso sucesso. 

Conduzi um Porsche Panamera a 60 km à hora com medo de me esbardalhar toda e meter-me em trabalhos para o resto da vida, mas conduzi, e aquilo pareceu-me divertido e semelhante a um cockpit de um avião. Provavelmente foi experiência única pois não acredito que alguma vez tenha dinheiro para comprar um.

A nível profissional chefiei temporariamente e até agora ( mas não sei por mais quanto tempo ) a minha equipa de urgência, e coordenei escalas de trabalho. Fiz o melhor que pude e não me parece que me tenha saído muito mal. Fiz várias formações, apresentei um trabalho sobre a Grelha Costal e a sua directa relação com a evolução da espécie humana. Continuo a esforçar-me todos os dias e fazer o que gosto e também a lutar contra o vamos indo e o cansaço sem baixar os braços e a acreditar que se eu quiser muito consigo ser feliz.

Em geral 2015 foi um ano cheio. Venha de lá 2016 para encher de vida.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Qual o valor do perigo?

Cada uma destas pequenas cápsulas ovais de cor branca que se sobrepõem ao longo de todo o comprimento do intestino corresponde a uma dose de 10 gramas de cocaína.


Chega à urgência acompanhada pela Policia do Sef, passada uma hora chega a Policia Judiciária que toma conta da ocorrência e da nossa "doente". Sentada num banco, isolada dos outros doentes, cabeça baixa, aguarda. Aguardamos todos que a medicação que fez assim que chegou faça efeito. Pode levar horas, já tem acontecido levar dias, depende tudo de muita coisa, da capacidade do seu organismo para eliminar resíduos, do peristaltismo intestinal, da reacção do organismo às várias drogas oralmente e endovenosamente administradas. É um processo complexo.

E foi um processo complexo a deglutição de 90 cápsulas de 10 gramas de cocaína, o que perfaz no total 900 gramas de cocaína ingerida em bolotas de pequena dimensão revestidas por uma película transparente, semelhante ao látex mas muito mais fina que o látex normal. Esta apresentava-se como cocaína em pó, mas também há cocaína liquida e muito mais difícil de detectar e claro também muito mais perigosa de transportar. Não vou falar do processo de transporte, de como são detectados os body packers ou correios de droga, na gíria chamados de "mulas", quais os sinais que os denunciam e como é feita a selecção "aleatória" dos escolhidos em cada voo. Isso não é importante para mim. Acabo sempre a falar com eles. Gosto de o fazer. Em diferentes línguas mas quase sempre na minha, em português do Brasil, ou em espanhol Colombiano ou Argentino.

Vou-lhe chamar Denise. É Brasileira, tem 25 anos e um ar bronzeado de menina de Copacabana, cheia de dias de praia, sol, calçadão e vida louca, mas percebo depois que não. Vem de Fortaleza, de uma zona pobre. Fala dos filhos que ficaram por lá. Fala do homem com quem vive que ocasionalmente lhe bate e a explora, fala do trabalho que não tem e dos biscates que faz à noite numa discoteca. Acho que não me quis dizer tudo mas eu entendi o resto. Ou pareceu-me entender, já não sei. Fala-me da proposta que lhe fizeram em fazer esta viagem à Europa. Pergunto-lhe quanto lhe pagam. Responde-me 5 mil euros. Acrescento que para o risco de ser presa e para o risco de morte inerente a todo o processo me parece muito pouco. Acabamos a falar em valores e na relatividade das somas. O que são mil euros no Brasil, ou na Europa. O que são 5 mil euros no Brasil e na Europa. O que compram de facto 5 mil euros no Brasil. A relatividade do valor do dinheiro. Remata com um - vocês europeus não conseguem perceber.

Fecho a boca. Oiço só. Não deixo que os lugares comuns e as palavras óbvias perturbem a enxurrada de palavras que saem, misturadas com lágrimas, misturadas com gestos de menina perdida e um constante olhar vazio. Não faço mais perguntas quando me diz que quando não se tem nada a perder, perder tudo é um mal menor. Fí-lo por necessidade, diz. Para mim 5 mil euros é muito, mas muito dinheiro e mudava muita coisa na minha vida. Poderia ir viver para outra cidade com os meus filhos, poderia fugir desta vida de miséria e de maus tratos, poderia ter uma casa, poderia conseguir ter um trabalho, poderia ter uma loja minha.

Poderia de facto. Mas nesta lotaria da vida, agora só pode mesmo é ser presa. E eu juro que pelo caminho disto tudo senti uma enorme pena. 
...

Todos temos um valor, todos somos comprados, corrompidos por uma soma. Todos sem excepção. Qual seria para cada um de nós o valor do risco ? 1 milhão? Quinhentos mil euros? Ou tão só o valor do medo?

Eu quero, tu queres, ela - a vida - não quer...






"O essencial é aprendermos com o bambu -- já viste o bambu? Verga, verga ao vento, mas não quebra -- e quando o vento se vai, volta à sua posição, erecta, orgulhosa."
  
 - de um amigo para mim -



a vida nunca é como eu quero. eu tento-a moldar ao meu jeito, ao meu gosto e depois de muito a espremer e apertar, nalguns dias gritar e espernear zangando-me a sério com ela, ela lá vai cedendo um bocadinho, retorcendo-se aqui e ali, seguindo o rumo que quero para ela acolá, mas depois, como uma criança teimosa em dia de birra, volta sempre à forma que muito bem quer, indiferente ao que eu quero. e por muito que me custe, e por muito que seja depois a minha vez de espernear, ela segue o seu caminho quer eu queira quer não.

e mais nada me resta senão aprender a viver com isso.


domingo, 29 de novembro de 2015

Que fazes AC?




Navego pelo Tejo em águas pouco profundas num bote de borracha a baixa velocidade. Os salpicos de água que saltam para cima de mim fazem-me rir. As minhas gargalhadas ecoam por todo o vale e regressam de volta. Por arrasto, todos se riem.



Subo a castelos e penduro-me em locais que me fazem um friozinho na barriga e um brilhozinho nos olhos. A vista é de cortar a respiração e as fotos tiradas com um telemóvel ranhoso de ecrã partido (aguarda pela vinda do Pai Natal)  não descrevem a cor do céu, o azul da água, o calor do sol, o chilrear dos pássaros o grasnar de alguns patos. Mas os meus olhos guardaram tudo.


Preencho sonhos realizados com sonhos por realizar e não paro nunca de sonhar.

Próxima etapa Serra de Gredos...


Trilhos e lagoas a conquistar.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Ó menino Carlinhos...


Ir nos lugares da frente é muito mais divertido! Venha de lá a diversão...

A "senhora professora" chega à escola a uma segunda feira depois do sorteio do euromilhões e toda sorridente pergunta ao menino Carlinhos - o primeiro na carteira logo ali mesmo à frente por ser o que pior se portava - o que faria ele, se lhe saísse um dia o Euromilhões?

Resposta do menino Carlinhos todo expedito de olhos a brilhar:

-Eu se me saísse o euromilhões comprava uma casa numa dessas quintas de malta muito rica, a Quinta da Marinha ou a Quinta Patinõ, uma casa tão grande que fosse preciso distribuir uma planta à entrada aos convidados como nos museus e mobilava-a com tudo de bom, cheio de pinta, e depois comprava um carro, ou dois, ou três, daqueles mesmo bons, cheios de cavalos e que vão dos 0 aos 100 em menos de um segundo, e depois arranjava uma puta, e não era uma namorada ou uma esposa, era mesmo uma puta, e era só foder e passear, e foder e viajar por esse mundo fora, e comer em tudo o que fossem bons restaurantes, e comprava-lhe viagens, e jóias, e fodia-a como se não houvesse amanhã, (por esta altura a professora de olhos muito esbugalhados olhava de boca aberta para o joãozinho), e a minha vida era só passear, comer e foder.

-Pronto Carlinhos já chega! Já percebemos!
E tu Sara, minha bonequinha de caracóis louros que pensas tu quando sonhas com o Euromilhões?

-Eu ? Eu?... Eu só queria ser a puta do Carlinhos.

Nada do que parece é...


O Segredo nos seus olhos.

Ontem foi noite de cinema e o filme escolhido por nós foi este. Depois de várias semanas de sessões de cinema a ver filmes fraquinhos, este surpreendeu-me pela positiva. Bons actores e um argumento bem estruturado. Um thriller policial em que nada é o que parece mesmo ser. Dois inspectores do FBI e uma Procuradora Geral vão tentar deslindar um caso complexo em que parece nunca se conseguir fazer pagar o culpado que até se sabe bem quem é. Mas... 

nada do que parece é.

Recomendo

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O meu mundo não é a preto e branco, tem demasiadas variantes de cinzentos.


ela era uma sonhadora
ele era o seu homem de sonho
não casaram, nem foram felizes para sempre

são felizes juntos
são felizes sempre que podem
são felizes e sabem-no.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Que vês tu quando me olhas?



Chama-se Laura e tem 86 anos. Chamo-a sempre de D. Laura. Velhota, demasiado encarquilhada, corcunda, de pele mirrada, olhos tristes, meios vazios, e muitas rugas na pele amarelecida pelo tempo e no rosto sofrido. Senhora educada, culta, conversadora e assustadoramente lúcida.

Pergunta-me: Que vês tu que me cuidas? Vá, diz lá o que vês...
Não lhe digo a verdade, omito a parte dolorosa e digo-lhe que vejo uma senhora idosa, simpática, bem cheirosa, muito cuidada, arranjada e com uma cara ainda bonita, acrescento que gosto de pessoas e tenho um fascínio por estórias de pessoas. Vidas com gente dentro.

Sorri e diz-me de forma pausada, com uma imensa ternura:

Quem olha para mim e vê uma velha que se baba quando come, que perde os sapatos enquanto anda, que tropeça nos tapetes constantemente e até nos próprios pés, que usa fralda porque não segura a urina, que de vez em quando se descuida e suja a cama, ou que se perde com o olhar vazio a olhar em volta, de facto não me vê. Então abre os olhos, esta não sou eu. Vou dizer-te quem sou eu...

Eu sou a ultima de 8 irmãos, com um pai e uma mãe autoritários mas meigos e dedicados. Somos irmãos e irmãs à bulha mas que gostam uns dos outros. Sou uma rapariga de dezasseis anos com asas nos pés. Cheia de vida e de sonhos. Sonho que um dia vou encontrar o amor. Irreverente, imprudente. Perco a virgindade aos dezassete. Sou malandreca, não sei se percebes? Casada aos vinte anos, o meu coração rejubilando de tanta felicidade. Apaixonada pelo meu homem. Tenho já 25 e um filho.Tenho 27 e outro filho. Tenho 29 e uma filha. Sou agora uma mulher de trinta anos com três filhos, uma casa, uma família, e a vida passa depressa. Quarenta anos e um dos filhos não estará mais aqui. Um acidente levou-mo. A dor é imensa, pensei que não recuperasse a capacidade de sorrir outra vez. Mas tenho um homem do meu lado, capaz de me amar e fazer voltar a sorrir. Ele vela por mim. Cinquenta anos, e de novo brincam bebés perto de mim. Tão bom. Voltam os dias negros. O meu marido morre. Olho para o futuro tremendo de medo. Nunca tive tanto medo. Nunca me senti tão só, tão desamparada. Todos os meus filhos estão agora ocupados a educar os seus. A vida faz o seu curso. E eu penso nos anos, na vida e no amor que conheci... no que a vida me deu e tirou. Já sou velha agora e a natureza é cruel. Demasiado. Neste corpo velho habita o mesmo coração, habita uma vida rica, doce umas vezes, amarga outras tantas, mas uma vida vivida, plena. Lembro-me das alegrias, lembro-me das tristezas, e de novo sinto a vida a passar por mim, e amo a vida e o que me rodeia. Repenso nos anos tão curtos e passados tão depressa. Penso nos sonhos que adiei e não concretizei. Fico triste mas resignada a toda esta realidade implacável e dolorosa em que vivo.

Então abre os olhos... 
Que vês tu agora quando me olhas?

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Perspectiva


Sou uma felizarda porque tenho trabalho, uma profissão na qual até faço o que gosto, e colegas de trabalho muito fixes. E tenho mais coisas... tenho uma casa linda, saúde, amigos que me cuidam e adoram, e um parvalhão que segundo ele e à maneira dele gosta de mim. Eu às vezes acredito. Além disto que me repetem até à exaustão ser tudo muito bom... adoro viajar e faço-o sempre que posso com cada cêntimo que arranjo - e também segundo me dizem, parece que já vi muito do mundo, eu por acaso continuo a achar que é sempre pouco - e que faço montes de coisas muito divertidas no meu parco tempo livre. Dizem-me.

Às vezes gostava de ter mais. Outras vivo feliz com o muito que tenho. É tudo uma questão de perspectiva. E a minha perpectiva muda com os dias.

Tenho dias.

domingo, 15 de novembro de 2015

Ser doida e viver rodeada de gente ainda mais doida...







Sabem como se combate o mau humor e o cansaço extremo depois de uma semana infernal por muitas e variadas razões? Daquelas semanas sem escape onde a realidade é cruel e até a virtualidade incomodativa? Com sustos e gargalhadas. Com um trekking programado por amigos cheios de imaginação, rodeado de mistérios, muitos sustos, mas acima de tudo muitas e boas gargalhadas. Tivemos direito a tudo pela noite dentro e madrugada fora. Homens ensanguentados de motoserra na mão que perseguiam raparigas (não consegui tirar foto estava demasiado entretida a pirar-me dali à velocidade da luz) - me-do - o barulho era aterrorizador embora todos soubessemos que era a fingir e acho que foi a única situação que me assustou de facto, um(a) enforcada pendurada numa árvore bem por cima da nossa passagem, uma doida cheia de sangue com um coelho esfolado e por acaso malcheiroso que se aproximava de nós a perguntar se queriamos "caaaarne", uma maluca em cima de um ramo que roía um braço com toda a calma e deixava cair pingos de sangue para cima de quem passava, cabeças espalhadas pelo chão nas quais tropeçavamos sem querer. Foi diferente, foi muito divertido. Deu para descontrair e rir, rir. Já me doia a barriga de tanto rir. Nesta vida o que faz falta é animar a malta e não vem mal ao mundo por isso. A malta é pobre mas diverte-se muito e com muito pouco. Haja amigos com vontade de rir e não falte nunca a imaginação.

No final sentamo-nos a conversar e a beber chá quente enquanto a noite nos brindava com esta incrível paisagem. Acabei a noite a acreditar que a vida pode ser bela...


sábado, 14 de novembro de 2015

Serás sempre Paris...


Jean-Philippe Charbonnier 

Podes rezar ao teu Deus que eu rezo ao meu, 
Talvez o meu Deus seja o teu, 
Porque só há um Deus no nosso céu, 
Chama-se A.M.O.R.
...

O meu Deus não usa balas nem se explode na multidão, 
Que o teu Deus não use ferros nem se esconda na Santa Inquisição,
Porque cada um tem um Deus na sua mão, 
E o nosso chama-se 
A.M.O.R.
E alguém pergunta ao longe e eu digo:
A.M.OR.

Podes pedir ao meu Deus que eu peço ao teu, 

Que nos dê a Paz e a Luz e a Vida que nenhum ódio venceu, 
Porque sabes onde estiver esse Deus estarás tu, estarei eu, 
É um Deus que dá pelo nome 
A.M.O.R.

E tu perguntas como se chama esse Deus e eu digo:
A.M.O.R.

Pedro Abrunhosa - A.M.O.R.


Minha doce Paris, cidade dos amantes e dos encantos. Cidade luz. Cidade Cultura. Paris dos museus, e do L'Opera. Cidade onde a qualquer dia e a qualquer hora desde que haja um raio de sol, as cadeiras de ferro do Jardin des Tuileries se enchem de gente a saborear vida. Paris cidade do Sena e dos bateaux-mouche, do Quartier Latin e das muitas livrarias, e do Sacré-Coeur e Montmartre com as ruas estreitas de pedra, a subida a pique rumo aos céus e os pintores em cada esquina. E o pão quente em baguette embrulhado em papel, e as casas de chá e os croissants estaladiços. Cidade multicultural, multirracial. Cidade tolerante.

Cidade Amor.