segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Os meus medos...



Nunca tenha medo de tentar nada de novo. Parece que um aventureiro solitário e amador construiu a arca de Noé. 
E um grande grupo de profissionais competentes o Titanic.

Dave Barry


sim tenho um medo horrível de sofrer. tenho um medo devastador de perder, consequência de ter perdido tantas vezes. tenho medo do amor, de me deixar ir na entrega e ficar refém do que não quero. tenho medo de amar. tenho medo de precisar incondicionalmente de alguém, de sentir a falta e deixar de ser absolutamente livre e independente. tenho medo de ficar à espera de alguma coisa, de esperar pelo que outro pode ou não querer dar-me. tenho muito medo de vir a ser infeliz. 
o estado de dependência emocional e a infelicidade são mesmo os piores dos meus medos.

isto está a correr bem. tão bem que os planos para fazer coisas a dois, construir coisas em conjunto já nunca são subtraídos da equação. tão bem que por esse facto ainda sinto mais medo. tão bem que me está a dar vontade de fugir antes que isto corra mesmo mal. era só estúpido não tentar. era ser mesmo burra em não arriscar tudo a ver se é de facto tudo tão bom como me parece ser... ou não. 

vamos então prosseguir, venha de lá mais uma voltinha à rotunda. 

sem medos!

20 comentários:

  1. ainda ontem disse precisamente isso. tenho medo de sofrer. simples assim.
    o importante é que não deixo que esse medo me paralise e muito menos deixo de viver por causa disso. :)

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    1. Sofia: Eu tenho pavor de sofrer. Não deixo de arriscar nem de viver mas estou sempre com a sensação que nada pode ser assim tão bom, que nada vai correr assim tão bem, que correu sempre mal porque raio é que desta vez vai correr bem, até estranho.... quando a esmola é grande o santo desconfia.

      Luto comigo mesma para não demonstrar que estou com um pé dentro e outro fora pronta a saltar em andamento da viagem... e isso é muito mau.

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    2. estou na mesma situação.... a "esmola" é grande e eu estava constantemente a minar o pensamento achando que é demais, deve haver algo de errado e tenho de ter um pé fora para ser mais fácil sair.

      mas houve uma altura em que ele me fez um ultimato... e eu percebi que se continuasse nesse caminho deitava a perder o que tinha para viver.
      desde aí faço um esforço enorme para me mentalizar que afinal a esmola não é grande... ele existe e eu mereço mesmo tudo isto. :) (nem sempre consigo mas diria que estou no bom caminho)

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    3. Sofia: Eu também faço um esforço gigante mas o medo está cá. Digo para mim todos os dias... ai rapariga vais pagar isto tão caro.

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    4. eu não digo para mim todos os dias.... eu digo-lhe a ele de vez em quando (foi a ele que disse ontem).
      ele abraça-me e responde "não podes viver com medo"... e eu fico assim, sem pensar que um dia vou pagar caro... mas sim que agora sou feliz com o (muito) que tenho.

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    5. Sofia: Eu também lhe confesso os meus medos. Já lhe disse até da minha grande incapacidade para amar, mas ele diz-me sempre, vive o hoje, dá o melhor de ti hoje, o futuro logo se vê como vai ser.

      e sim também sou imensamente feliz com o muito do "hoje" que tenho.

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  2. Não se pode viver no medo, quem vive no medo não é feliz e não faz feliz. É um erro um dia olhar-se para trás e perceber-se que nem sequer se tentou, isso sim é um desperdício de vida.

    Vale sempre a pena quando a alma não é pequena!

    Beijos e abraços

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    1. Anónimo: Eu estou a tentar. A lutar com quantas forças tenho, mas tenho esta incapacidade enorme em confiar, em me dar, em acreditar que vai resultar.

      Beijo e abraço

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  3. Tanto medo só vai fazer com que te foques demasiado nesse mesmo medo e que venhas mesmo a criá-lo de tanto enfoque nele.

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    1. Jedi Master Atomic: Eu sei... sei tão bem disso. Mas e conseguir relevar o medo? Ignorá-lo? Pensar que se lixe, vou viver isto e vai dar certo... hummmm pois.

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    2. AC,

      O teu problema é mesmo esse o "vou viver isto e vai dar certo"
      Quanto mais depressa interiorizares que o "vai dar certo" tem um limite de tempo, mais depressa esse medo desaparece.

      Todas as relações acabam, TODAS sem exceção, após X tempo. Nós é que não sabemos qual é o valor do X. Portanto o que podemos fazer é viver o X sem pensar nele e simplesmente fazer com ele valha a pena. Se o X for igual a 2 anos, pois que seja, desde que esses 2 anos tenham sido bons. E se forem maus? Pois então é melhor que o X seja 2 anos em vez de 2 anos e 1 dia, não é?

      Tu que trabalhas num hospital passas a vida a pensar e com medo da morte? Não me parece. Ora, isto é igual.

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  4. Não entendo,AC. Está com medo de quê? :)

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    1. Impontual: Diz-me a vida (e eu sou uma sonhadora) que as coisas nunca são como as vê-mos. Há sempre algo que se esconde debaixo dos panos, e como tudo me parece tão bom, como tudo é como eu sonhei algo me diz (a razão) que vá com calma para não me esbardalhar.

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    2. Ac, digo-lhe eu - um sonhador inveterado - a prudência e o amor não foram feitos um para o outro. Não tenha medo da luz. :)

      Abraço

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    3. Vemos* correcção de erro.

      Upsss....

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  5. Impontual: Vou em frente. Estou focada nas voltas à rotunda, mas o medo está cá. Faz parte de mim.

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  6. Ter medo bom. Aliás, às vezes acho que devia ter tido mais medo, principalmente quando olho para as cicatrizes que vou acumulando. Infelizmente sigo mais o meu instinto do que o medo, e pior, há coisas que não há medo que mas impeça de fazer. O que lamento porque, invariavelmente, a seguir vem a dor e a tristeza.

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    1. Solo: Já perdi demasiadas vezes, demasiadas pessoas. Tenho sempre medo da sensação de perda. Pensar que quando me deixar apanhar finalmente na teia do amor posso ficar sem nada e voltar a passar pelo que já passei deixa-me sem vontade de arriscar... mas estou a tentar esquecer o que passou e a concentrar-me no presente.

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  7. Roubo uma frase ao Jorge Palma (ele não se importará, decerto): «Imperdoável é o que não vivi». Creio que, no fundo, contas feitas, só nos arrependemos do que não tentamos (e o medo existe para ser vencido, como o mar para ser navegado -- por muito que nos assuste, se estiver encrespado).

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    1. xilre: Combato os meus medos, as minhas inseguranças, fruto de muitas derrotas mas acredito que vou conseguir lutar e deixar-me seguir neste caminho. Em frente.

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Diz aí nada ou coisa nenhuma.