sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Mais um ponto a teu favor. Mais uma voltinha ao bilhar grande, ou melhor... mais uma voltinha à nossa rotunda.





Ontem houve um grande acidente na P. Vasco da Gama. Eu estava de serviço. Recebemos no meu hospital a grande maioria dos feridos. Vários com várias fracturas e mais coisas. Adiante. Cenas minhas. O rapaz aqui da rapariga também estava de serviço lá na chafarica dele a comandar operações, a mandar em qualquer coisa como ele diz e a tomar conta de muitas ocorrências. Chatices várias onde é preciso escrever e escrever como se os acidentes se alimentassem de palavras. Cenas dele. 


Antes dos feridos começarem a chegar ligou-me e disse-me: vai jantar, prepara-te que vais ter uma noite de merda. Abençoadas palavras de Maya futuróloga; ainda consegui jantar - arrastei comigo duas das minhas colegas e segundo sei fomos as únicas. Procedimentos para cá, feridos para cá, idas ao bloco entregar doentes para lá, tudo entrecalado com bipar especialidades, movimentação da equipa, divisão de elementos, etc ... eis que chegam 2 matraquilhos azuis da Brigada de Acidentes com o kit de substancias abusivas para recolher prova. Falei com eles, recolhi amostras de sangue para análise de cada doente e enquanto esperavam deixei-os na nossa sala de pausa entretidos a olhar para a televisão que por acaso até estava a dar um jogo importante de bola. 

Passado um bocado quando tudo estava mais calmo e a noite já ia pela madrugada dentro, o bate bota aqui da bate soca ligou e estivemos à conversa a trocar cromos e galhardetes das nossas agitadas vidas profissionais. Estava eu muito bem a contar factos, quando acrescento à conversa "um dos teus camaradas que esteve aqui à conversa comigo era muito simpático e bem giro". - Mau! Mau,mau! Tu vê lá se não estás contente com a vida que levas (a rir-se claro e a brincar comigo) para logo depois - olha aqui eu tão giro, tu já me viste bem? Olha aqui eu de lado. E de frente. E a sorrir. Já reparaste neste corpo? E neste olhos? Tu vê lá bem! E toca de me começar a enviar fotos dele fardado a fazer poses e olhinhos e boquinhas. E eu claro desmanchei-me a rir.

Não conseguia parar de rir com as figurinhas. A macacada já era tanta que às tantas já tinha a minha colega Lsd e a Picolé com a cabeça enfiada no ecrã do meu telemóvel a rirem às gargalhadas também e a fazerem sugestões picantes de fotos para ele enviar. Só que não claro está. Valeu pela enorme brincadeira. Talvez seja capaz de me apaixonar por quem tem um sentido de humor brutal e apesar de extremamente cansado não perde a boa disposição e perde tempo do seu tempo para me fazer rir.
Estás a ir bem Zé. Continua...

10 comentários:

  1. hhuummm... Se calhar já estás apaixonadíssima só que ainda não sabes :)

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    1. sal: Eu digo-lhe que não...mas sinceramente já nem sei muito bem se o não estou apaixonada é mesmo verdadeiro. Deixa ver... Não vou entregar as armas e render-me tão facilmente.

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  2. Isso é óptimo para quando quiseres que ele faça alguma cena que ele ache chata ou para a qual não esteja muito motivado (cenas triviais claro) tu poderes 'ameaçar' com um leak lolol Estou a brincar ;)

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    1. PM: Sou mais de pedinchar que ameaçar...acho que a ameaça nunca resulta.

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    2. Pronto, pode também ser nesse caso :P

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  3. Parece a combinação perfeita. Ele manda-te os feridos, tu tratas deles, ambos escrevem sobre isso :P

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    1. Jedi master Atomic: Ele escreve relatos de ocorrências, registos oficiais que ficam em diário de policia coisas que constam em autos e são usadas em tribunal... tudo muito sério. Eu escrevo para brincar com as palavras, para relaxar, deitar cá para fora, apenas por diversão.

      São formas de escrever tão diferentes.

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    2. Não percebeste. Não me referia ao que escreves no blog.
      A parte do "tu escreves" é quando tens que escrever nas fichas dos doentes ;)

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    3. Jedi Master Atomic: Percebi agora...os nossos diários de enfermagem são relatos tão técnicos, sempre iguais e com tantos números que até me esqueço que isso faz parte de escrever... mas faz.

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Diz aí nada ou coisa nenhuma.