sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Lembranças do passado que eu ando para aqui em versão Casablanca...




Falava à pouco com uma amiga e recordava as coisas que mais me marcaram positivamente, ao longo ano que passou, que das más eu quero é distancia, enterro-as bem fundo num cantinho do cérebro, escondo-as no sitio que tem escrito não quero nem saber, e atafulho por cima com coisas que me agradem e demorem horas de factos bons até chegar à recordação das coisas que não quero recordar. Sou assim mesmo. Dizia-me ela que ultimamente só lhe têm acontecido coisas más e que dá por ela a viver um pouco como os velhos, do passado, e a usar frases gastas, antigamente eu fazia assim, há tempo eu ia ali, e eu rematei uma das frases dela com a afirmação de um anúncio conhecido: No meu tempo o arroz carolino era só a 7 mil e quinhentos escudos. E desatámos as duas feitas tontas a rir.

Gosto do presente, gosto do agora, do hoje, da página em branco que apesar das minhas obrigações me permite escrever nela o que me apetecer, construir o meu dia de acordo com as minhas opções, os meus afectos, quem verdadeiramente me interessa e eu quero. Mesmo estando a trabalhar 16 horas seguidas, não perco a oportunidade de trocar sms com quem me estima, de sussurrar segredos ao ouvido dos que nunca deixam de estar atentos ao que se passa comigo, de rir dos disparates da minha colega Picolé que não pára de me surpreender (esta semana trouxe nas unhas umas riscas e umas pintas e cada uma de cor diferente -  credo!) da Judy, que sendo gorduchinha se rebola e agita para nós ao som de uma banda famosa de Kuduro numa coreografia elaborada de espetanço de rabo e bracinhos no ar e que faz a mais sisuda das pessoas desatar a rir, ou da Lsd que nos narra estórias inacreditáveis vividas na primeira pessoa dos tempos de voluntariado na Somália e de nos pôr de lágrimas nos olhos, ou a chorar de tanto rir como só ela é capaz de fazer.

Não sou do passado, nada mesmo, mas há coisas que instantaneamente e sem eu querer me fazem regressar ao passado como se tivesse uma mola, como se fosse empurrada para um precipício e demorasse uma eternidade a cair. O meu passado ainda é muito fresco. Ontem como por magia fui transportada ao passado que quero muito esquecer. Porque a perfeição existe e passou por mim algum dia. Isso é e será sempre meu. Para sempre. 

Depois quando já ao fim da noite - eu cheia de sono, meio adormecida, incoerente no discurso, entaremelada nas palavras (como fico sempre no fim de um dia gigante) - alguém se despede de mim com um: Adeus, tudo de bom para ti Ramba. Cuida-te! Regresso de novo ao passado. O meu nome de guerra, de guerreira de vida. Já esquecido e enterrado há muito. Play it again, Sam!

10 comentários:

  1. O problema de muita gente é deixar muitas das coisas boas do passado adormecerem, por causa das companhias do presente.

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    1. Jedi Master Atomic: Tento guardar as boas memórias num local seguro, mas não vivo no passado. Quem vive de passado é museu!

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  2. Essa do Ramba tem piada se bem que prefiro, neste caso, o Rocky porque esse farta-se de levar mas também distribui 'fruta' de forma mui generosa e no fim lá se safa. A luta é longa e custosa, mas ele lá se safa e tu também ;)

    Casablanca não era mau destino agora.

    Beijos

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    1. PM: Fui durante muitos anos a Ramba, talvez por ser teimosa e lutadora.. não sei... Coisas do passado. Não importam agora.

      Casablanca é linda. Boraaaa?

      Beijooooo

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    2. Muito tentador por acaso :P

      Beijo

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    3. PM: Arranjas férias em Julho? 5 dias chegam...

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  3. https://www.youtube.com/watch?v=MSqDIWI__Ew

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    1. Garruk Falabravo: Gosto de rap mas funk não é bem a minha onda.

      :))

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Diz aí nada ou coisa nenhuma.