domingo, 31 de maio de 2015

Lugares mágicos...

Foto tirada pelo meu amigo Tiago A.
Lugares mágicos por onde as minhas botas passam. Registados na hora certa por quem tem rapidez na objectiva. Faltaram por lá as fadas e os duendes. Mas vi sapos. Mais que um. Acreditei que era algum príncipe enfeitiçado à espera de um beijo de amor como nas estórias de encantar. Continuou por lá à espera. Comigo nada feito, não há amor que o salve, ou a mim. 

Repugnam-me os sapos...
e nada me fazia beijar um sapo à espera que se transforme em príncipe.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Traquitanas de vida...


"Somos bagagem. Somos feitos de coisas que trazemos da vida. Carregamos connosco todas as alegrias e desventuras que já conhecemos. Todas as lágrimas choradas e todos os risos sinceros. Todos os tombos que demos e as nódoas negras que os recordam. Todas as vitórias conseguidas e o suor que as fez alcançar. Todos somos bagagem. Pedaços de coisas que conquistámos. Fragmentos de experiências. Peças de um todo, que sozinhas não fazem sentido. Todos trazemos bagagem. Malas cheias de sonhos. Caixas com sorrisos. Pacotes de tristezas. Sacos com saudades. Caixotes com conquistas. 

Todos temos bagagem. Emocional. Material. Sensorial. 

Somos bagagem. E precisamos de que o outro esteja disponível para nos ajudar a desempacotar caixotes. Mas, antes disso, precisamos de estar disponíveis para aceitar a bagagem do outro. Somos bagagem. Eu e tu. E, a tua bagagem, é como se minha fosse. Basta entrares e pousares as malas. E recostares-te."


- Rita Leston -


Fui arrumando vida em caixas, guardando-as em prateleiras no sótão do meu eu, etiquetadas, verdadeiramente documentadas para cada uma das recordações, momentos, pessoas. Estão lá, sei-as lá para quando me apetece, regresso lá apenas para ser feliz. Caixas e mais caixas de sorrisos, de gente que passou pela minha vida, deixou marca e fez-me muitíssimo bem. Alguns acredito até que nunca tenham sequer percebido a dimensão do que foram para mim.  E dos outros AC que também os houve, daqueles que te deram momentos menos bons, que não te aceitaram nem entenderam, que não te viram para além do que está visível aos olhos? Guardo-os em caixas herméticas, muito mais pequeninas felizmente, esquecidas num lugar bafiento na ultima prateleira de todas, cheia de pó, aquela onde só chego em bicos de pés, quando me estico muito por vontade própria e onde raramente regresso.

Dei por mim a carregar cada vez menos peso, a vantagem disso é que é muito mais fácil viajar para onde quero, ou mudar-me de onde não quero. Não carrego coisas inúteis, não puxo carroças com gente sentada, não desloco mais peso que o meu próprio peso, muito menos carrego mágoas. Custou ao principio a libertar-me do que julgava essencial, senti a falta do que pensei imprescindível, mas fui atirando contrapesos ao mar e aprendi a saborear a leveza de quem vive com pouca traquitana. E o menos é mais. E o mais é super. Um supremo luxo acreditem.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Locais mete nojo...



Fotos ranhosas tiradas com o telemóvel, por mim. Não mostram nem um terço da beleza do local.







































"Do what you have to do, 
until you can do what you want to do."
-Oprah-


Praia da Ribeira do Cavalo, Parque Natural da Serra da Arrábida, Península de Setúbal. Considerada uma das melhores praias do mundo. De difícil acesso, quase deserta, pouco conhecida, com uma transparência de água incrível. Uma absoluta estreia para mim, 900 metros a pique de descida (e depois ui ui, igual percurso de subida) não recomendado a cardíacos ou a malta que sofra de vertigens. Local sem dúvida a repetir.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Conversas dela... [dos impossíveis na minha vida]


 Ela fez uma pergunta simples.

- Quais as hipóteses de me acompanhares nesta aventura?
- Quase impossível. 
- Quantifica quase impossível.
- 80% de Impossível, 20% de possível.
- A quantidade de impossível é gigante.
- Pois eu sei, mas é a verdade.
- Quem sabe... Sou excelente a derrubar impossíveis sabias?
- Se sei.
- Vamos vendo então. Um dia de cada vez.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Coisas simples...




6 da manhã. surpreendes-me com a frase: 
- Bom dia, sei que parece uma pergunta parva principalmente a esta hora do dia, mas gostas de surpresas?
não respondo. durmo ferrada.

...

nós.
um quarto, o meu espaço; já tão o nosso espaço.

as tuas mãos na minha pele, as pontas dos dedos que tocam e arrepiam e soltam e viajam para os lugares já seus conhecidos. as tuas mãos que deslizam em mim e me envolvem em carícias, a duas mãos, a quatro mãos. quantas mãos tens? apeteces-me. perco-me algures entre a tua vontade e a minha vontade sem me render. oiço ao longe os teus sussurros e metade das palavras que dizes e eu já não entendo. respondo como posso, com monossílabos que só tu entendes. muitas onomatopeias ditas. sopras-me palavras tão tuas ao ouvido, que conheço tão bem. mais beijos. não controlo a respiração. já não controlo nada de facto. observo de relance os teus olhos que me observam a mim. ávidos. como são lindos os teus olhos. incendeias o desejo aceso. entrego-me. quero-te hoje. agora. tanto.

abraço. beijo-te, enroscada em ti. pernas sob pernas. aninhada no teu peito que é um porto. bato-te na cara. surpresas destas não se fazem, parvalhão! ris-te. rio-me. tão feliz...

com a simplicidade das coisas simples que me fazem feliz.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Do baú dos meus sonhos tirei um que sei em breve ir realizar..


El Chorro,  Ponte no Caminho del Rey  (renovado e aberto ao público em 2015)


Sou fanática por trilhos, cada vez mais. Tem crescido comigo a vontade de fazer mais e mais. Experimentar mais dureza e mais aventura em boa companhia. Vi ontem o filme baseado na história verídica da Cheryl Strayed que sozinha resolveu fazer 1770 km no Pacific Crest Trail. (este aqui) Impressionante e mais uma vez uma excelente lição de vida sobre comportamentos, pessoas, limites, escolhas. Recomendo.

Nunca chegarei a tanto, até porque prefiro os sonhos possíveis. Tenho este sonho possível guardado na prateleira com a etiqueta "na próxima oportunidade" por concretizar. Será seguramente um dos próximos a riscar da minha lista.

Mistério revelado...


A razão porque as mulheres usam mala de mão.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Posso pedir uma coisinha? Só uma, é rápido e não dói...






No mesmo dia...

um miúdo de 21 anos, ciclista, que ia na sua vidinha sem fazer mal a ninguém, atropelado, entrou-me no trauma, fracturas múltiplas, as cristas ilíacas enfiadas pela cavidade torácica numa coisa atroz que eu em tantos anos a virar frangos nunca tinha visto, cavidade abdominal desfeita, rotura de vários órgãos internos e de uma víscera oca. Desespero total e impotência geral perante uma situação para a qual todos nós antevimos o fim. Ficou o cansaço, a dor. De todos nós, da namorada e dos pais. 

Logo a seguir... 

ainda não recompostos de uma paragem cardio respiratória e de uma ONR expressa alto e bom som pelo coordenador da equipa médica no Trauma do ciclista, entrou uma vitima baleada numa perseguição policial. A vitima era um traficante, mafioso, líder de um grupo já conhecido e referenciado, com cadastro por pedofilia, pena de prisão cumprida por comportamentos abusivos com crianças e procurado há vários meses pelas autoridades por um crime de sangue com rapto e tortura relacionado com tráfico. Rodeado de aparato policial e medidas de segurança. Protocolo especial de segurança activado. 

E depois de duas paragens cardio respiratórias, e de duas reanimações consecutivas com direito a atropinas intracardiacas, desfibrilhação cardíaca, reanimação cardio pulmonar, 6 unidades de sangue em curso, 4 unidades de plasma, e três Lactatos de Ringer à velocidade da luz, a coisa reverteu, e o mânfio safou-se, e vai ficar por ali para as curvas, para torturar, abusar de crianças, raptar gente, vender droga e claro continuar a fugir à policia assim que tiver oportunidade ou viver à conta dos contribuintes numa qualquer prisão deste país até que consiga fugir.

Gostava de pedir a Deus que não estivesse distraído, e que fosse justo com as suas escolhas, e já agora que não faltasse às aulas de moral e humanidade, e que não assobiasse para o lado quando for a hora de pesar comportamentos porque há coisas que por muito que me esforce (e eu juro que me esforço), eu por muitos anos que viva e por muito que veja, não entendo. E hoje era mesmo só isto.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Role playing game..



Há malta que brinca aos policias e ladrões, ou aos índios e cowboys, ou aos policias e enfermeiras. Mas agora segundo sei a diversão predilecta de ambos é às Mercearias. Ninguém faz farinha, os ovos não são moles, não há cartas na manga, nem ninguém fica com um grande melão. 

Parece que ela abre a loja. Ele oferece a fruta. E vivem felizes.

Coisas dos amigos...



Água mineral VOSS trazida directamente das montanhas da Noruega para mim. Artesian Spring Water (como eles lhe chamam) proveniente dos primeiros degelos. Embalada numa garrafa de vidro de 800ml, reciclável, gira, e que vai dar para voltar a encher e usar no meu dia a dia. 

Coisas brutalmente simples mas quem me conhece sabe que eu adoro.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Tira os óculos que vais levar!




Chama-se Isabel. Chega à urgência de cara ensanguentada, nariz meio à banda e um olho todo negro. Já é minha conhecida, já é nossa conhecida. De todos nós. Ensaio educadamente a mesma pergunta de sempre, esperando não ouvir a mesma resposta de sempre.
-  Então Isabel o que a traz por cá? Responde-me a olhar para o colo, sem nunca levantar o olhar para mim. 
-Caí. 
-Então Isabel mas caiu outra vez, ultimamente tem caído todas as sextas feiras, é alguma coisa relacionada com o calendário? Olhe que nem todas as sextas feiras, são sextas feiras treze.

Nada. Silêncio absoluto num rosto comprometido na mentira e envergonhado. Acabo por meter a foice em ceara alheia. Não tenho nada a ver com isso, a vida é sua, mas não quer que acreditemos que cai repetidamente quase todas as sextas feiras pois não? A Isabel é agredida e só depende de si acabar com isso ou não, mas para isso tem que parar de esconder, tem que apresentar queixa na polícia, tem que se mexer e fazer com que algo mude para que de facto possa mudar.

Nada. Silêncio de novo e uma cara de parva estampada como se não percebesse patavina do que lhe quis dizer. Deu-me raiva, detesto gente que se lamenta e não faz nada para mudar o que lhe faz mal. Terminei por ali. Não tenho jeito para dar missa, nem alma de padre e muito menos sou conselheira matrimonial. Peço-lhe Rx da Face e dos Ossos Próprios do Nariz e encaminho-a para a cirurgia que por sua vez a deve despachar de corrida para a cirurgia Maxilo-facial e dali numa viagem à velocidade da luz para casa.

Chamo o doente seguinte ao som, e continuo com o que estava a fazer. O doente seguinte é uma senhora que ao entrar e sentar-se, diz-me de rajada... 
-O que é que a minha vizinha estava cá a fazer? 
- Não lhe posso responder a essa pergunta. Mas aquela doente é sua vizinha?
- Se é. Há anos que oiço pelas paredes a voz do marido quando chega a casa bem bebido a dizer-lhe: Tira os óculos que vais apanhar! Se ela se demora a tirar os óculos - usa uns óculos de lentes grossas, garrafais e sem eles não vê nada - ele insiste aos gritos, ai a merda... tira os óculos que vais levar! E é isto há anos...

E vai continuar a ser assim. Para salvar alguém é imprescindível esse mesmo alguém querer ser salvo. 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Frase do dia...

Tróia, ao fim da tarde. 


"E a vida resume-se a isto. Enquanto uns usam a noite para pinar, outros passam a noite a arrastar móveis."
ac


Amanhã começa uma longa semana de trabalho. Muitas horas de pé, umas quantas noites pelo meio, dias de 16 horas seguidas sem parar... vai ser mesmo uma boa semana para descansar deste fim de semana vertiginoso, passado à velocidade da luz. Demasiado cansativo, mas tão bom que "ele" foi.

Feito de gente que me arrepiou a pele, de gente que sabe como fazer rir, que sabe estar e dar como ninguém, que é boa gente e boa companhia e que me deu muito mais do que achei possível numa noitada muito nossa e demasiado barulhenta. 

E ainda por ti que és especial e continuas neste meu barco. 

Velas içadas ao vento, umas vezes à bolina na tranquilidade do meu mar calmo, outras vezes perdido no leme incontrolável deste barco que é difícil de navegar, atormentado por uma marinheira exigente e numa viagem cheia de ondulação onde sei que os ventos fortes te tornam um skipper esforçado, afogado em cartas de marear sem saber como lidar com a tempestade ou como sair dela, mas convictamente de coração sempre na rota, partilhando com uma cumplicidade genuína a viagem.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O fim de semana está aí à porta...




Vieste como se não quisesses nada, sentaste-te no avião ao meu lado e ainda o avião não tinha levantado já eu estava no céu.

Pedro Chagas Freitas


E eu não trabalho. Não trabalho. Não trabalho. Não trabalho. Yess. Yupiiii. Hurra! Faço noite na sexta feira só e apenas, e para mim isso é tão soft, tão poucochinho, tão levezinho que quase que não conta. E tenho planos e mais planos. E amigos, e almoços, e jantares, e uma noitada, e mais um almoço em Tróia com o mar ao lado e a praia.... e já sabiam que no domingo vai estar um calor de arrasar? 30 graus... 

e o verão e a vida esperam por mim.

(era capaz de me habituar a isto)

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Podia ter sido eu a escrever isto, mas só por acaso não fui...



Do livro que estou a ler...

"O ponto culminante foi quando Félix me deixou na mesinha da sala brochuras de agências de viagens. Sabia perfeitamente aquilo que ele preparava: férias ao sol com tudo o que isso implicava: um clube de turistas, cadeiras de repouso, palmeiras, cocktails à base de rum falsificado, corpos bronzeados e reluzentes, cursos de ginástica aquática para melhor apreciar lascivamente o corpo dos instrutores: um sonho para Félix e um verdadeiro pesadelo para mim. 

Todos aqueles turistas uns em cima dos outros numa praia minúscula ou, convenientemente enfarpelados em traje de noite, prontos para uma luta renhida a ver quem mais depressa se atirava ao buffet, horrorizados só de pensarem que o vizinho de quarto que ronca de noite pudesse roubar-lhes a derradeira salsicha, pessoas encantadas por terem passado uma dúzia de horas encerradas num avião, rodeadas de crianças aos berros, tudo isso me dava vontade de vomitar."

 As pessoas felizes lêem e bebem café - Agnès Martin-Lugand

Férias em pacotes, pacotes de férias, pacotes com tudo incluído, levar com o pacote dos outros à força e com os pacotinhos de filhos pouco amestrados que gritam e atropelam-se só porque sim, não é para mim... mas a Rosinha diz que leva no pacote e gosta.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ontem diverti-me para lá de muito aqui...


 E o filme é muito bom. Para quem gosta do género drama, claro está.

Só a mim...



Um piqueno todo jeitoso, enfiado no seu melhor fatinho, deve ser o de Domingo com que vai à missa e reza ajoelhado ao lado da sua mais que tudo enviou-me para o e-mail um convite para me conhecer e interagimos. Gostei particularmente da ideia de interacção, fiquei com algumas dúvidas em relação à definição dele de interacção calculo que não seja a mesma que a minha mas gostei muito da criatividade da foto, do bom gosto que acompanha o rapaz para onde quer que vá, e claro... do pormenor da sanita ao fundo. E outra coisa que me sensibilizou muitíssimo foi o pequeno texto que acompanha a foto. Pequeno mas muito amoroso e singelo, escrito com alma, em que me dizia que eu não temesse a sua companhia que os homens TANHÃO que ser assim atrevidos.

Fiquei rendida a tanta classe mas tive (com muita pena minha) que declinar o convite e de coração amolecido com tanto atrevimento não interagir com este Bad Boy da Buraca. Mais do que temer a sua companhia temi pela minha sanidade mental. É que eu sou uma pessoa pouco dada a estupidez oferecida às toneladas e ele era capaz de num primeiro encontro soterrar-me em pázadas dela.

TANHA uma boa tarde cavalheiro.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Desencontros...


Combinou um encontro com o homem dinamite. Tanto rastilho prometia. Um estouro   O homem dinamite era afinal um homem bomba. Podia detonar-se a qualquer momento. Peito insuflado de ar e vento. Músculos cheios de arrogância e manias num cérebro vazio. Matava-a na explosão, e ela gostava mesmo é que a matassem de cócegas ou de riso. Pensou melhor e arrependeu-se.

Fugiu ainda a tempo quando ele estava por ali quase a rebentar.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A puta da loucura...



A felicidade é o excesso na medida certa

Pedro Chagas Freitas


Um fim de semana de loucos como há muito não tinha. Almoço numa esplanada com vista para o rio abraçada pela melhor paisagem da minha cidade e na melhor das companhias onde a conversa não se esgota e as gargalhadas por todas as parvoíces possíveis também não, não dei pelo tempo passar, quis parar o relógio mas o tempo não deixou. Guardei a tarde comigo, guardei os momentos únicos. Noitadas até às tantas, no dia seguinte 12 horas de trabalho seguidas pelo lombo abaixo, (correr por gosto não cansa, ou isso ou não vivia), e tenho muito tempo para descansar quando morrer, 48 km andados, Trilho das Pontes check, Barragem do rio da Mula num trilho por Sintra assombrada check, companhia de gente mais maluca que eu e que não se envergonha da sua saudável loucura capaz de contagiar com energia e boa disposição até mortos vivos. Planos e mais planos para mais aventuras. Berlengas já em Junho, Berlim ainda em esboço, Açores lá mais para a frente. Tanta vida para viver que transborda do meu caderno de sonhos.