Tenho uma colega doida, uma alucinada que é uma variante especifica de doida, uma palhaça que nasceu para fazer rir, uma menina sisuda e muito responsável com ares de mãe, uma teórica, que vive de teorias e dá-se muito mal com a prática, um chimpanzé musculado que passa a vida a comer bananas, um deprimido que parou no tempo e vive triste e amargurado e uma alma mais ou menos normal e equilibrada cujo único defeito é repetir piadas parvas e não ter jeito para contar anedotas, e uma chefe que tem espírito de galinha mãe e protege os seus pintainhos.
A doida é uma miúda especial, bom coração, excelente pessoa. Reúne apenas uma série de características muito "sui generis" que fazem dela rara. Fala um pouco de todas as línguas, tem o corpo coberto de tatuagens extensas, adere a modas estranhas, tipo uma unha de cada cor, ou cabelo cor de tijolo, na casa dela só existe mobília de cartão, é vegetariana a 100%, percorreu uma boa parte do mundo de mochila às costas, estudou em Inglaterra, já viveu em nova Iorque, adora musica daquela em que o vocalista não canta mas finge que vomita e apaixonou-se por um baterista de uma conhecida banda, com quem tem um relacionamento há já algum tempo.
Se tudo isto já vos soa um pouco estranho experimentem começar o dia com este dialogo...
Doida a despir-se na sala dos cacifos, para entrar ao serviço.
Pedro: Gaja tens o pescoço todo roxo.
Doida: Não te preocupes isto não é nada... e levanta o braço e passa com a mão no pescoço.
Pedro: Porra gaja, também tens o braço todo negro. O que é isso aí no punho, é um hematoma?
Doida: Caraças mas tu reparas em tudo, e se deixasses de olhar para o meu corpo enquanto eu me dispo e olhasses para outro lado se faz favor...
Pedro: Um bocado envergonhado... ok, ok, só achei estranho.
Doida continua a despir-se e de repente tira a t-shirt pela cabeça e mostra o tronco em soutien...
Pedro de imediato...fosga-se tens o peito todo negro...é pá desculpa lá...tens que dizer o que se passa..deixas-me preocupado.É aquele merdas do baterista, ele bate-te?
Doida: Oh pah não... o roxo no pescoço foi uma mordidela seguida de um chupão, o negro nos punhos foi das algemas, e o hematoma no peito fui eu que com o entusiasmo levantei as pernas, bati com os pés num quadro por cima do sofá e pumba o gajo caiu-me em cima..
Desatámos todos a rir...
O amor pode ser mesmo....um lugar estranho!