segunda-feira, 19 de março de 2012

O "Superhome" da Arrentela...


                                                                           
Sentada na sala de pausa, com um iogurte liquido numa mão e uma sanduíche de queijo na outra, olho especada para o televisor, que sem som, debita umas imagens de uma máquina, que estremece uma boazona, parecendo que lhe vai fazer saltar o cérebro, fritar os coxames e supostamente fazer da já podre de boa uma top model. A LSD, agarrada ao telemóvel e de phones nos ouvidos canta Paulo Gonzo desafinado e aos gritos para uma plateia de risos, a Tattoo mostra as unhas das mãos, quatro da mesma cor, e uma de cor diferente em cada mão, explicando ao publico feminino as tendências de vernizes da moda, tons pastel, amarelos claros e verdes básicos água, concluo que estou out, só uso mesmo vermelho, bordeaux, ou azul.

A Maggy folheia uma parolice de uma revista de vips, que fala da Floriberta que espera uma Lyoncee em versão masculina, de futuro nome talvez Dragonzoe, o Duarte apático como sempre desde que a namorada o traiu, olha para nós, está presente mas só de corpo, a alma anda muito longe dali, e vive desde há meses num mundo que ninguém conhece e que é só dele, o Pedrinho faz, o que faz melhor...dorme, de boca aberta, quase a babar-se e a ressonar baixinho...parece um gato a ronronar.O Zeca mastiga pastilha elástica como se não houvesse amanhã e no intervalo de cada mastigadela, acho que lhe consigo ver a cor dos boxers.

De repente toca a campainha da reanimação, um besouro estridente e irritante. Largo a metade do pão, todos damos um salto e corremos para a sala de emergência a passo de corrida. Numa maca trazida pelos bombeiros de uma localidade pertinho de Lisboa chega um paciente do sexo masculino de 64 anos de idade, score 12, desorientado, confuso, afásico, imperceptível na fala, com ferida incisa visível no parietal esquerdo, e provável traumatismo craniano, por queda.

Nada de novo, um caso absolutamente banal de entre muitos que nos chegam todos os dias, a grande novidade é que os bombeiros avisam-nos que o doente foi encontrado nu no local, e traz vestida amarrada ao pescoço, uma capa vermelha com um S de super homem bordado...tento controlar o riso o melhor que posso, mas trocamos olhares cúmplices e sorrisos entre nós... A imagem de um barrigudo em personagem de super herói não é bonita de se ver, e  deixa-nos meio aparvalhados.

A cena é mesmo hilariante. O senhor despia-se, vestia a maravilhosa e sensual capa de Super Homem tomava o comprimido colorido que lhe estimulava a performance e mais qualquer coisa e preparava-se para o salto mortal com frick flack à retaguarda quando tropeçou no tapete e caiu, batendo com a cabeça e ficando inconsciente...

Azarucho do superhome.....nem fez o salto, nem deu uma. Cum catano!