terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Ah foi? Shiiiiii tanta coisa...


Dizem que houve oscares numa Hollywood perto de si. E que por essa Europa no mapa mundo plantada, os gregos foram obrigados a meter a viola no saco e a tocar a música que não queriam. E parece que as novelas como um relógio suíço repetem-se todos os dias à mesma hora. Sempre. Mais que muitas. Variadas. Em todos os canais. E que o gordo das 7 da noite ainda anda por lá, a ocupar espaço e fazer perder tempo. Espectáaaaaculo! Não tenho visto televisão. 

Os meus filmes não ganharam nenhum prémio mas ficaram para sempre no meu coração como a melhor das recordações do tempo vivido e não perdido. 

“Não é parar que é morrer; é ir andando.”
Pedro Chagas Freitas

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Viagem proibida na escrita...




Não existe história alguma que não seja uma descrição mais ou menos completa de qualquer batalha.
Ana Hatherly

A duas mãos toca-lhe a pele. Larga-lhe a roupa devagar sem a largar das mãos. Umas peças despe ela apressadamente, outras ele com um vagar que a irrita. Estende os braços para o tocar. Shhhh nada disso, sussurra baixinho. Vais sofrer. Ahhhh. Desata ela a rir. Deixa-se ir embalada na antecipação da certeza que aquilo promete. Já não tem a certeza de nenhuma certeza, já não sabe sequer para que lado o seu corpo se estendeu e quem despiu quem. Sente-se apenas exposta, vulnerável, à sua mercê. Rendida e feliz, entregue nas suas mãos. Geme baixinho, ou alto, enquanto arqueia o tronco a procurá-lo a ele e a enterrar nele as ancas mais ainda, acelera a respiração e deixa-se ir numa mistura de prazer intenso, carinho, e desejo. O corpo empapado em suor, os lençóis molhados que escorrem do prazer dela.
Umas horas depois ela de clitóris inchado, sensível e dorido, meia perdida sem saber muito bem o que acabou de acontecer, pede-lhe baixinho - deixa-me tocar-te. Todo o corpo dela treme e ambos sabem que não é de frio. Ele deixa-a finalmente tocar-lhe. Ergue-se para junto dela numa urgência que nunca lhe viu. Desliza-lhe o pénis erecto, rijo e expectante no seu comprimento, roça-lhe a cara e a boca sem espera. Não há muito mais a fazer, a intensidade é tanta e o tempo esperado tanto que não se compadece com o que ambos tinham imaginado. E ficou tanto por fazer e ainda tantas palavras ao ouvido por dizer. E ambos queriam mais. Mais tempo. Mais prazer. Mais sexo. Mais e mais uma outra vez.

Fica para uma próxima vez. Ela sente que haverá sempre uma próxima vez.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Lá onde o diabo perdeu as botas...








"Errar é uma das acções mais acertadas que pode haver na vida. Eu sou pelo erro. Isso é certo. Sou por quem não abdica de tentar só porque tem medo de falhar. Sou por quem experimenta, e vai, e sofre, e chora, e espalma-se contra uma parede, e é pisado e repisado, e é humilhado e rehumilhado, e é derrotado e rederrotado. E que, no fim de tudo, porque fez, porque tentou, porque foi e não se deixou ficar, ganha. Ganha-se. Ganha-se como se ganha a vida. E a vida só se ganha – por mais que te falem em dinheiro e coisas assim – vivendo. O resto são falácias. O resto é exactamente aquilo que a palavra quer dizer: resto. Quando é que aprendes a respeitar o léxico que te foi ensinado?"

Pedro Chagas Freitas


E ontem tralhei, estatelei-me no chão, numa vala entre uma rocha e um riacho. Bem ao comprido como se fosse uma lagartixa ao sol. Tive uma vergonha terrível. Senti na pele o meu erro, porque a culpa foi só minha. A quem é que lembra no meio de um salto de um lado para o outro fechar por segundos os olhos para sentir o cheiro da terra molhada e as primeiras gotas de chuva que começavam a cair? Pois... e os erros toda a gente sabe que se pagam caro. Não me magoei por aí além, mas tenho as mãos todas esfoladas, envoltas em gase gorda e ligaduras. E doem-me que se farta. E o orgulho também está ferido. Pegar em coisas ou fazer determinados movimentos custa-me. E um dos joelhos também se queixa de um movimento brusco na queda com estiramento do músculo. Espero que passe.

A vergonha já ninguém ma tira. Vários olhos especados a olhar para mim, muitas mãos estendidas a quererem-me levantar e eu cheia de coragem a dizer, isto não é nada. Não se passa nada. Estou bem. 
Estou quase bem!

A vida é feita de quedas, cair e levantar. Voltar a cair e levantar. Acima de tudo, continuar em jogo.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Dia D. Dia de namorar...[dizem].



Há sempre este gosto por os dias de qualquer coisa. O dia do Pai, da Mãe, da Mulher, da Criança, dos Avós e claro o de hoje - Dia dos Namorados. Dizem que é Dia de Namorar uma vez por ano. Dia para namorar muito e que não nos devemos esquecer de o fazer. Aos que comem muito queijo a vantagem é que este dia aviva-lhes a memória. Entra-lhes pela vida adentro obrigatoriamente. Eu assinalo a data todos os dias, sempre que posso e a vida me deixa. Todos os dias me visto com a minha melhor roupa, de vestido curto e justo que se me cola à pele. Exclusivo de mim para ti. Este é o traje que cuidadosamente escolho para agradar, para agradar-me em primeiro lugar e para te agradar a ti logo de seguida. Todos os dias são bons para fazer canudos neste cabelo comprido, liso e escorrido, caracóis largos que tu gostas de entrançar nas pontas dos dedos e brincar enquanto me olhas nos olhos e falas, esquecido do lugar onde tens as mãos. Tenho as unhas pintadas de vermelho vivo, ou bordeaux intenso como gosto. Ambos gostamos de mãos. Nunca me esqueço das minhas, cuido-as, e adoro as tuas. Todos os dias são bons para uma lingerie sensual, preferes bordeaux já sei, eu prefiro preta. Combino-a com as meias de ligas que te pintam o olhar de malandro e te põem nos lábios o sorriso que antecede aquela expressão já minha conhecida que me sussurras ao ouvido. Gosto disso! 
Falamos e falamos intercalando palavras com beijos, enroscados no sofá. E a tua mão desliza na minha perna e sobe o vestido uma e outra vez, distraidamente como se falar e tocares-me fizesse parte do diálogo. E às vezes eu deixo cair a cabeça para trás e fecho os olhos como que a saborear-te a voz e as mãos, outras rio-me que nem uma tonta da tua maneira de me fazeres rir e dou uma gargalhada das minhas que enchem o lugar, e tu acompanhas-me no vinho e nas gargalhadas. E o tempo passa, e já é tão tarde e ainda não jantámos e são quase onze da noite. Levo à boca mais um gole de vinho e pouso o copo. Tão tarde? Acreditas que nem tinha dado pelas horas? E como é um dia especial deixo-me embriagar pelo prazer, pela companhia, pelo vinho, pela data que assinala mais um dos nossos dias, e por ti... é só mais um dos nossos dias.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Dúvidas... a minha vida são só dúvidas.



Neve ou não neve, onde há amigos a vida é leve.

Alice Ruiz

Andamos a planear há semanas as nossas férias na Neve. Já comprámos a viagem, e finalmente já alugámos o chalet de montanha, os forfaits, carro de aluguer à chegada lá no aeroporto, reservei todo o material que preciso e fiz um seguro. Somos um grupo giro, de malta bem humorada com mil razões na bagagem para passar uma semana bem divertida e em excelente companhia.

E neve não são só pistas, snowboard e esqui. São também fins de tarde nas esplanadas debaixo do sol bom, são imperiais acompanhadas de gargalhadas e anedotas parvas, são piadas a toda a hora mais parvas ainda, são jantares feitos a muitas mãos enquanto os copos de vinho aquecem as gargantas, são noites de animação na discoteca local ou à conversa nos barzinhos onde a noite não se acaba. 

Ou então... são só noites de calças de pijama vestidas e t-shirt de manga curta, enroscados um no outro dentro do chalet aquecido enquanto o vento assobia lá fora e os flocos de neve pintam os caixilhos de madeira das janelas e o alpendre da entrada. Pelo meio muitos beijos trocados e olhares cúmplices que não precisam de mais palavras.

Ontem chegámos à conclusão que somos 7 (um acabou por desistir) divididos por dois chalets, num vão ficar quatro pessoas, no nosso 3. Eu, o meu gajinho e mais um caramelo.

Conversa entre nós...

- Já sabes quem é que vai ficar connosco?
- Não sei ainda. Quando chegarmos lá logo se vê.
- Escolhe um que tenha problemas auditivos. Há alguém surdo?
- Talvez o meu camarada. 
- Ahhhhhhh.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Se eu fosse um dia o teu olhar...

Se eu fosse uma tiazoca com trejeitos de gente bem diria do concerto que AMEEEEI mas como sou apenas uma gaja sem pretensões de nada de coisa nenhuma, digo apenas que foi BRUTAL. Brutalissímo.
Aqui a je adorou e o espectáculo valeu cada cêntimo.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Coisas do meu mundo...



E eu e tu o que é que temos que fazer? 

Talvez Foder!
Talvez Foder!

Pedro Abrunhosa


E hoje à noite vai ser assim no Meo Arena. 
Porque gosto. Porque o acho um excelente compositor.
Porque me embalam as letras que a música fala.
Porque sei que vai valer a pena.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Se isto não for amor assobia para mim....








Podia aqui vir dizer que olhei para ele e acendeu-se uma luz no meu coração, assim tipo um flash de radar quando te esqueces que ele está por lá e passas a alta velocidade, ou podia vir aqui dizer que o facto dele ser muito giro e ter uma cara malandra num corpinho Danone pode ter alterado os factos mudado o rumo dos acontecimentos e influenciado a coisa, ou podia vir aqui dizer que ele é alto, magro e giro que dói e quando está fardado não há uma única alminha fêmea no planeta terra que não fique a olhar especada tipo osga com vontade de lhe escorregar na pele. Podia, claro que podia, mas não foi nada disso. Desejei-o desde o inicio, com muita vontade e muito mais convicção. Porque sim. Porque era aquilo que me apetecia e ele apetecia-me. Não precisava mais explicações. E eu não costumo deixar o que me apetece muito tempo por concretizar. Quis mesmo experimentá-lo na cama, uma e outra vez, e mais umas quantas vezes. Sem falsos pudores. Sem vontade de parar e sem querer interromper o ciclo de "és mesmo tu que eu quero". Meses depois interrogava-me porque continuava a querer, mas continuei a achar que era só uma questão de tempo, ou de ele baixar a guarda, ninguém podia de facto ser tão interessante assim, e um tempinho depois ia-me cansar e fartar da cena ou ele de mim quem sabe... que convêm deixar todas as hipóteses em aberto. Pois mas vá-se lá saber como e porque razão, que eu não sei dissecar motivos, basta-me o porque sim, afinal ele não era só uma cara malandra num corpo Danone, nem espectacularmente bom no que inicialmente me interessava. Revelou-se muito mais que isso, um bom amigo, uma boa companhia, atencioso, meigo, super dedicado comigo, intenso nos nossos jogos, com uma pedalada e um ritmo de partilha e cumplicidade que me desafiava (e desafia) constantemente, divertido, com um sentido de humor que me deixa perdida de riso (imaginem-no a fazer uma dança do varão para mim, todo nuzinho, e eu a rebolar de tanto rir), e acima de tudo alguém que soube aceitar-me cheia de defeitos e soube perdoar-me todas a as minhas falhas e incapacidades. Até a maior de todas, que é uma certa incapacidade para amar formalmente, dentro do limite do que é o amor convencional se é que de facto isso existe mas eu acredito que sim e dentro dos parâmetros das regras onde o amor que dizem à séria, não a brincar como este, se move.... casa a dois, filhos, hipoteca, sogra, supermercado, contas para pagar, irs em conjunto e almoço de domingo em casa dos pais.
Vários anos depois e muitas mais quecas depois o que afinal começou por ser só sexo, pinanço do melhor e uma excelente oportunidade de dar umas voltas e divertir-me à grande, passou do à flor da pele para o coração, invadiu-me o cérebro, a razão, (ou a falta dela) e a sensibilidade que julguei para sempre perdida. Bateu-me tudo aqui no peito, apertou-me o coração e derreteu-me a couraça que julgava impenetrável... fiquei tal e qual uma gaja. Uma mulher sem tirar nem pôr. Eu que queria viver a minha realidade como um homem, sem grandes sentimentos à mistura, sem inseguranças, sem compromissos de espécie nenhuma, muita independência, e afastamento em relação aos contos de fadas e às tretas do coração fui apanhada na teia do amor e na gosma dos beijinhos....

Ra`is partam os sapos...
Ao longe ouvi-o a rir-se.... fiu fiu fiu

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Sensações...



A vida é para nós o que concebemos dela. 
Para o rústico cujo campo lhe é tudo, 
esse campo é um império. 
Para o César cujo um império ainda lhe é pouco, 
esse império é um campo. 
O pobre possui um império, o grande possui um campo. 
Na verdade não possuímos mais do que as nossas próprias sensações, 
nelas, pois, que não no que elas vêem, 
temos que fundamentar a realidade da nossa vida.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Bicho papão...




Dos meus medos...

Não sou destemida como aparento ser, nem de ferro, nem aguento tudo como dou a entender, e muito menos sou a fortaleza que os meus colegas de trabalho julgam que sou. Escudo-me atrás de uma carapaça rija que me protege do que não quero que vejam, e muno-me de uma armadura de metal que me defende dos ataques que não quero que me magoem. Nem sempre resulta mas é um bom começo. Prefiro sempre a defesa ao ataque e tenho um bom jogo de cintura nas técnicas de defesa pessoal. Prefiro uma saída de fininho que um ataque feroz. És tão forte, oiço várias vezes, ou vai lá tu que tens coragem para isso (quando é preciso dar más noticias). Nem sempre chega. Ser forte é pouco. Ser valente é que é muito. Trago comigo medos agarrados à pele. Tenho medo de perder, até porque já trago na bagagem um historial de perdas que me pesam no corpo e no trolley que arrasto comigo e que faço por esquecer. Tenho medo da doença, lido com ela diariamente e se há coisa que me mete muito respeito (e medo) é a doença. Estar doente é o pior de todos os males. Já a morte a mim não me assusta, que venha rápido e de forma não dolorosa, agora o sofrimento na doença, ver alguém ir buscar esperança no que está mais que traçado e tem um final que eu conheço bem, deixa-me perdida de medo. Tenho medo da pena e da compaixão. Diz-se que penas têm as galinhas, ter pena de alguém (ou que possam ter de mim) mete-me medo. Ser digna de pena é absolutamente devastador, e porque não, dramático. Tenho medo da rotina, da acomodação e da habituação. Acordar ao lado de alguém dias e dias a fio só porque sim, porque temos um pacto ou um contrato, deitar-me com alguém por obrigação porque a vida não comporta outras escolhas e porque os filhos, a sogra, a mãe, a hipoteca, o gato ou o periquito exigem de mim o que já não me faz feliz mete-me medo. Tenho medo de acordar e adormecer e esquecer-me de viver.Tenho medo que me digam que gostam de mim e que não gostem, ou não gostem assim tanto como eu quero acreditar que sim, porque sou insegura, menina às vezes, porque tenho medo de perder, meio perdida no mundo das certezas dos adultos. Não tenho certezas. Nenhumas. E não dou nada como certo ou garantido e essa é a minha única certeza.

Não tenho medo do escuro, nem de sombras, nem de alminhas, nem do bicho papão, nem sequer de estar sozinha... 
Estes é que são os meus medos.